Sophia @princesinhamt
Política

O Poder da Juristocracia: Desvendando suas Extremidades

2024 word1
Grupo do Whatsapp Cuiabá

Em entrevista coletiva em Brasília, o presidente Lula, como sempre extremamente preocupado em posicionar o Brasil como liderança em pautas internacionais que estamos completamente despreparados para coordenar, sinalizou seu propósito de reunir mandatários do mundo inteiro para discutir estratégias. O objetivo: reagir ao avanço global da “extrema ”.

Nunca neguei a existência de movimentos populistas hostis às esquerdas ou, por outra, de forças reacionárias que efetivamente pouco ou nada têm a ver com o liberalismo. A esquerda não é o único inimigo ou adversário dos liberais e da liberdade. Porém, o que acontece, de fato, aqui e acolá, é que integrantes de uma esquerda e um progressismo engravatado, histéricos e sequiosos de calar todos aqueles que não comungam de seus valores deturpados, acreditam que, quando seus críticos vencem eleições, significa que a democracia acabou.

Ao dizer que é preciso reagir aos triunfos da “extrema direita e seus matizes”, Lula conclama a que participem desse esforço os presidentes “de esquerda, progressistas, democráticos” — ou seja, são democráticos apenas os esquerdistas. Não seria essa afirmação uma explícita demonstração de extremismo? O ponto mais interessante nisso tudo, porém, é que Lula ainda afirmou, para justificar seu senso de urgência diante do que considera um grave e excepcional problema: “Os Estados Unidos, que eram o espelho da democracia, da coisa em ordem, do respeito às instituições, estão do jeito que estão. Então, eu acho que nós estamos vivendo um novo período.”

+

Logo os Estados Unidos, para Lula, eram um exemplo de democracia e ordem? Um país em que conservadores e “direitistas” em geral disputam e vencem eleições majoritárias diversas vezes? É decepcionante da parte de Lula que, na hora de dar testemunho de suas ideias brilhantes, ele prefira se afastar de suas amadas democracias relativas e recorrer ao modelo do imperialismo ianque…

As estratégias que o Brasil deveria estar discutindo são as que se fariam necessárias para frear o autoritarismo judiciário. Esse é o imediato e genuíno interesse nacional. É esse autoritarismo que hoje, em nosso país, avilta instituições — o Legislativo, o de Direito, a liberdade constitucional de expressão e associação — e nos distancia da “coisa em ordem” para nos mergulhar no caos jurídico. Deveríamos considerar o imperativo de consertar isso antes de pretendermos salvar o mundo. O Brasil não está subjugado por uma “extrema direita”. Ele está subjugado por uma “extrema juristocracia”. e a Câmara dos Estados Unidos, juntamente com a imprensa , ajudaram a demonstrar esse conceito contraintuitivo, porém lamentavelmente legí, ao público estrangeiro. Precisamos agora fazer a nossa parte.

Lula Flávio Bolsonaro impostos
O Senador Flávio Bolsonaro Disse Que Que Alexandre De Moraes ‘Interferiu Nas Eleições De Uma Forma Totalmente Parcial’ | Foto: Reprodução/Wikimedia Commons

A ameaçadora “extrema direita” temida por Lula, porém, não parece tão disposta a fazer o necessário sequer para efetivar esse enfrentamento. O senador Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente que supostamente lidera essa terrível “extrema direita fascista” no Brasil, disse em , no último dia 21, em cima de um carro de som, que Alexandre de Moraes “interferiu nas eleições de uma forma totalmente parcial. Ele desequilibrou a livre concorrência nas eleições para beneficiar o Lula. Infelizmente, essa é a realidade. (…) Há uma perseguição implacável por um ministro apenas, que a gente lamenta”.

+

A gente lamenta; porém, como enfrentar esse problema? De acordo com a Constituição brasileira, as soluções passariam por um Legislativo que tivesse um pingo de pudor e virilidade e tomasse uma atitude contra o arbítrio judiciário. Mas o que disse o mesmo Flávio Bolsonaro pouco antes, no último dia 8, em rede nacional? Que é contra impeachment de ministros do SFT e . “Diálogo” resolve o problema de um ministro que persegue pessoas e interfere em processos eleitorais? Acho que não. A juristocracia permanece e, por conveniências diversas, aqueles a quem compete fazer alguma coisa não a querem discutir. 

Fonte: revistaoeste

Sobre o autor

Avatar de Redação

Redação

Estamos empenhados em estabelecer uma comunidade ativa e solidária que possa impulsionar mudanças positivas na sociedade.