O mercado financeiro interpretou o pacote de ajuste fiscal divulgado nesta quinta-feira, 28, como insuficiente. Essa avaliação reforçou a expectativa de que o (Copom) eleve a taxa Selic em pelo menos 0,75 ponto porcentual na reunião marcada para 11 de dezembro.
Nesta quinta-feira, diversas instituições revisaram as projeções para o juro básico da economia. Elas passaram a antecipar ajustes mais significativos.
O Copom, recentemente, havia intensificado os apelos por medidas de responsabilidade fiscal. Na reunião realizada no início de novembro, o comitê declarou que era necessário adotar ações estruturais para o Orçamento público.
Além disso, decidiu acelerar o ritmo de alta da Selic, elevando o juro em 0,5 ponto porcentual. Agora, a possibilidade de um ajuste de 0,75 ponto surge como o cenário mais provável.
Gabriel Galípolo, próximo presidente do Banco Central, evitou comentar diretamente o pacote fiscal durante um evento na noite desta quinta-feira, 28.
Ele afirmou que “o papel do BC não é dar sugestão de política fiscal”. No entanto, reconheceu que os indicadores econômicos apontam a necessidade de manter os juros em um patamar mais contracionista.
Segundo Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos Investimentos, o principal incômodo dos investidores não é se o governo vai conseguir economizar os R$ 70 bilhões prometidos. A dúvida é se esse montante é suficiente, principalmente para a estabilização da relação dívida-PIB no longo prazo, disse o especialista a .
Parte da desconfiança vem da ausência de clareza do governo sobre como o governo vai conseguir executar o plano de contenção do gasto.
“A explicação do pacote não ficou tão assertiva”, diz Gabriel Rech, estrategista-chefe da Macro Assessoria de Investimentos. “Então, não são tão factíveis esses R$ 70 bilhões.”
Ele explica que o anúncio das medidas, isoladamente, seria positivo. “A gente não tinha nada e tem alguma coisa hoje”, disse o economista, para depois considerar que o plano de ação está abaixo das expectativas
Fonte: revistaoeste