Pelo menos dez autoridades do Judiciário brasileiro, incluindo três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), ministros do governo Lula (PT), o chefe da Polícia Federal, integrantes do Legislativo e o ex-presidente Michel Temer (MDB) participaram nesta quinta-feira, 25, em Londres, do 1º Fórum Jurídico – Brasil de Ideias. Os jornalistas foram impedidos de acompanhar o encontro, segundo a Folha de S.Paulo.
O evento foi organizado na capital inglesa pelo Grupo Voto, presidido pela cientista política Karim Miskulin. Em 2022, às vésperas da campanha eleitoral, ela promoveu almoço do então presidente Jair Bolsonaro (PL) com 135 empresárias e executivas no Palácio Tangará, em São Paulo.
No início deste ano, Miskulin afirmou, sobre ato de Bolsonaro em São Paulo, que o ex-presidente, ainda que inelegível, “é o principal líder da direita brasileira”.
O ministro do STF Gilmar Mendes, na entrada do evento, nesta quinta-feira, disse à Folha que não sabia da proibição à imprensa. “Isso não nos foi informado”, afirmou o magistrado. “Eu não sabia, vou me informar.”
Já o ministro Alexandre de Moraes afirmou que não falaria com o jornalistas depois do encontro: “Nem a pau”, disse, em tom de brincadeira e ironia. O ministro Dias Toffoli também esteve presente.
Foram barrados jornalistas das TVs Globo e Record, além dos da Folha.
A imprensa, de acordo com o jornal, nem pôde permanecer no mesmo andar em que o evento ocorre, no luxuoso Hotel Peninsula, situado ao lado do Hyde Park, com diárias acima de 900 libras (cerca de R$ 5.800).
O Grupo Voto argumentou que “o fórum é um evento privado”. No material de divulgação, a informação é que se trata de uma “missão internacional, perpetuando o espaço democrático e promovendo um diálogo construtivo em prol do avanço do Brasil”.
O evento, prossegue a Folha, teve início nesta quarta-feira, 24, com uma noite de homenagens e se encerrará na sexta-feira 26. Dos 24 palestrantes, 21 exercem cargos públicos.
Também, segundo o jornal, fazem parte da lista de autoridades anunciadas para os debates em Londres o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski; o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira; o advogado-geral da União, Jorge Messias; e o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, além do procurador-geral da República, Paulo Gonet; e integrantes do Superior Tribunal da Justiça (STJ) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
, o órgão não pagou passagens nem diárias dos integrantes. A Corte afirmou que só emite passagem internacional para ministros se eles forem da delegação do presidente.
O presidente do tribunal, ministro Luís Roberto Barroso, anunciou que Dias Toffoli e Moraes participariam de forma remota, na quarta-feira, mas eles não foram chamados para votar. Nesta quinta-feira, haverá nova reunião do plenário da Corte.
Fonte: revistaoeste