Durante o julgamento de um processo, o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, Raul Araújo, se manifestou a favor do direito de opinião e pregou mais tolerância a ideias divergentes.
Na manhã da quinta-feira 29, o juiz do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) votou em desfavor de uma ação movida pelo PT contra Rodrigo Constantino, colunista da Revista , em virtude de falas na Jovem Pan.
Partidos aliados do então candidato Lula acionaram o TSE, em 2022, depois de o economista criticar a Corte, por decisões que tiraram conteúdos jornalísticos do ar.
À época, Constantino afirmou que “a essência do PT é o autoritarismo e a censura” e disse que “o sistema está coligado com essa turma”.
No voto-vista, Araújo observou que as falas de Constantino representam opinião política que não se confunde com fatos. “Temos que tolerar”, defendeu o corregedor-geral. O julgamento foi interrompido, por pedido de vista da ministra Cármen Lúcia.
Antecessor de Araújo, Benedito Gonçalves optou por condenar Constantino a pagar R$ 30 mil, por “exceder a liberdade de expressão”.
Em novembro do ano passado, Araújo substituiu Gonçalves, responsável por votar pela cassação do ex-presidente Jair Bolsonaro, no cargo de corregedor-geral do TSE.
A cadeira de corregedor é preenchida pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça que esteja no TSE há mais tempo.
Desde o ano passado, Araújo relata ações de investigação judicial eleitoral que tramitam no TSE.
Com perfil discreto e votos técnicos, o ministro do TSE é conhecido pela vasta experiência na magistratura.
Fonte: revistaoeste