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Política

Ministra de Lula apoia ‘aborto legal para crianças’ no Chile: o que isso significa?

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Durante uma conferência em Santiago, no Chile, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, defendeu o “aborto legal” para crianças. Ela chegou a admitir a derrota do governo Lula na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara com a aprovação da PEC da Vida, mas disse que vai “lutar” contra a proposta. 

“A PEC [anti-aborto] criminaliza as mulheres e criminaliza os profissionais de saúde”, disse a ministra de Lula nesta quinta-feira, 5, na 66ª Reunião da Mesa Diretora da Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e Caribe. “Desde então, a minha luta é para que essa PEC vá lá para o canto.”

A Proposta de Emenda à Constituição 164/2012 foi aprovada na CCJ na semana passada, em uma sessão marcada por uma . A presidente da comissão, deputada Carol de Toni (PL-SC), chegou a ser atacada e desrespeitada pelas militantes.

Cida Gonçalves alegou que a aprovação da PEC contra o aborto mostra que os parlamentares querem “retroceder nos corpos das mulheres, proibindo as mulheres daquilo que é essencialmente direito delas”. Para defender o aborto, a ministra citou dados que mostram o aumento da violência sexual infantil na gestão petista.

“O mais grave: nós tivemos aumento de 20% em casos de violência sexual contra crianças de 0 a 5 anos, e de 25% contra crianças de 5 a 9 anos. Essa é a realidade do Brasil, e são essas meninas que estão brigando na Justiça pelo direito ao aborto legal”, declarou. 

A integrante do alto escalão não citou, no entanto, medidas elaboradas pelo governo para diminuir os índices. Cida Gonçalves afirmou que os parlamentares “tentam fazer com que as meninas e crianças sejam mães, e os estupradores sejam pais”.

“Precisamos entender que é isto que está acontecendo, inclusive para enfrentá-los. Quero dizer que temos de voltar a discutir os direitos sexuais e reprodutivos. Precisamos colocar em pauta questões fundamentais como o planejamento familiar, o acesso à informação e os direitos sobre o nosso corpo”, acrescentou. 

Cida Gonçalves também falou sobre o aumento dos casos de estupros, feminicídios e violência contra a mulher no país. A ministra de Lula argumentou que a culpa dos índices seria do “problema preocupante” da “misoginia”.

“Não podemos fingir que não há polarização e ódio e que esse ódio é dirigido, sobretudo, aos corpos e às vozes das mulheres”, declarou. “Nós estamos respondendo e pagando por isso, porque quando não nos matam por feminicídios, eles nos calam via violência política de gênero, via rede social.”

A ministra disse estar disposta a “discutir a misoginia que vemos hoje, nas redes sociais, que tem tirado as mulheres das esferas públicas, as lideranças, as defensoras de direitos humanos”.

Em entrevista a a presidente da CCJ, Carol de Toni, explicou que “ninguém aqui está querendo obrigar ninguém a ser mãe independente de sua vontade”, mas que não é justificável cometer um “assassinato dentro do ventre” e que, assim, o Brasil acabe dentro do “rol de países da cultura da morte”. “Vamos, sim, seguir valorizando sempre a vida”, afirmou.

“Nós temos tido vários movimentos contrários à vida, movimentos da cultura da morte que querem, a todo custo, liberar o aborto, independente da semana, independente das exceções legais que já existem e que serão mantidas, mesmo com a aprovação da PEC. É importante salientar que essas exceções serão mantidas, ao contrário do que a esquerda diz. Mas o mais importante, o Brasil tem que estar no rol dos países que protegem a vida desde a concepção e é somente isso o que diz a PEC”, declarou Carol de Toni. 

A parlamentar destacou que a aprovação da PEC demonstra que a Câmara dos Deputados “sempre foi e continua sendo a favor da vida”. Ela também sinalizou que atualmente existem 33 mil famílias no Brasil que aguardam a oportunidade de adotar uma criança.

“Nós temos na lista de crianças a serem adotadas 4 mil crianças. Então nós temos muito mais pessoas querendo adotar, querendo dar uma família às crianças que eventualmente uma mãe não pode ter, que engravidou e não pode ter o filho. Em vez de abortar, leve até o final da gestação e no hospital pode fazer a entrega voluntária da criança caso ela não possa ou não queira mantê-la”, destacou.

Fonte: revistaoeste

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