O gestor estadual frisa que, enquanto traficantes que ateiam fogo em lojas, como registrado na cidade de Paranatinga na madrugada de terça-feira (27), são presos e soltos em questão de dias, pessoas que foram detidas pelas manifestações de 8 de janeiro estão presas até hoje.
“Nós prendemos, investigamos, mas quantos dias vão ficar presos? Agora por diante não é problema da Polícia Militar nem da Polícia Civil. O Judiciário julga de acordo com as leis, pode até ser que um ou outro juiz seja um pouco mais flexível na interpretação, mas a maioria julga e cumpre o que está na lei e se a lei é frouxa o cara tem que soltar senão o juiz pode responder por isso. Porque se está mantendo alguém ali preso, vai pro Tribunal de Justiça ou pra Brasília e normalmente em Brasília solta bandidos e criminosos sendo soltos enquanto pessoas que estavam protestando por liberdade, expressando sua opinião estão presas até hoje. O Brasil é o país do absurdo”, disse o governador.
Na manhã desta quarta-feira (29) Mauro concedeu uma entrevista para a rádio Jovem Pan Cuiabá e comentou o caso dos incêndios criminosos cometidos por uma facção criminosa em lojas do município de Paranatinga. A Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso identificou que os ataques foram ordenados por detentos do Centro Penitenciário do município em represália pela recusa dos comerciantes em pagar taxa à facção.
Os criminosos foram transferidos para uma área de isolamento dentro da unidade e cinco criminosos foram presos pela excução dos incêndios. A Sesp reforçou o policiamento em Paranatinga com equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam), Força Tática, Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e Gerência de Operações Especiais (GOE).
Durante a entrevista, Mauro voltou a criticar a lei penal brasileira que, na sua opinião, está ultrapassada.
“Não cabe a mim como governador mudar isso [atualização do Código Penal]. Cabe a mim criar as condições para que a polícia atue e hoje temos isso em Mato Grosso, uma polícia bem equipada, local para prender, mas somos obrigados a cumprir uma lei que é frouxa, um Código Penal de 1940. Estamos há mais de 80 anos com o Código Penal que não reflete a realidade para combater facções criminosas”, disse o governador.
Em novembro de 2024 o governo de Mato Grosso lançou o programa Tolerância Zero Contra o Crime Organizado com o objetivo de reforçar a repressão às facções criminosas que dominam o estado. Uma das medidas foi a promulgação da lei que visa endurecer as medidas de segurança nas unidades prisionais do estado.
Fonte: leiagora