Durante discurso na Organização das Nações Unidas (ONU), na segunda-feira 2, o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, classificou a situação humanitária em Gaza como “a pior calamidade criada pelo homem, semelhante a genocídio”. Ao todo, já são 44 mil mortos, 104 mil feridos e dezenas de milhares de edifícios destruídos, segundo Vieira.
O chanceler acusou o governo de Israel de violar obrigações internacionais ao bloquear ajuda humanitária essencial. Vieira também reiterou o compromisso do Brasil com a causa palestina ao mencionar o aumento das contribuições do país à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos ().
Em nota publicada nesta quarta-feira, 4, o Grupo Parlamentar Brasil-Israel expressou sua indignação frente às declarações do chanceler, que “ignorou o direito à legítima defesa de uma nação atacada por organizações terroristas como o Hamas”, de acordo com o documento, assinado pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG).
“Reafirmamos nosso apoio incondicional a Israel e repudiamos declarações que prejudicam o diálogo construtivo e as históricas relações entre nossos países”, afirma Viana. “Convocamos o governo brasileiro a adotar uma postura equilibrada e respeitosa, condizente com o papel do Brasil como mediador internacional.”
A declaração de Vieira ocorre em meio à , organizada pelo governo do Egito e pela ONU. O evento teve como foco a melhoria do atendimento humanitário à guerra na Faixa de Gaza.
Na conferência, os participantes destacaram a urgência para garantir acesso desimpedido à assistência humanitária na região e a necessidade de negociação imediata para um cessar-fogo, conforme comunicado do Itamaraty.
Enquanto vice-presidente da UNRWA, o Brasil reafirmou seu apoio à agência. A nota oficial do Itamaraty classificou o órgão “como um ator fundamental na prestação de assistência humanitária aos refugiados palestinos”.
Vieira reiterou o compromisso do país com a solução dos dois Estados, que prevê “um Estado palestino independente e viável, em convivência pacífica com Israel, dentro das fronteiras de 1967, com a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, e Jerusalém Oriental como sua capital”.
Fonte: revistaoeste