“Quem falou isso? Um estudioso? Estudioso nunca veio a Mato Grosso, esse cara nem conhece aqui, fica dando palpite. A decisão [de troca do VLT pelo BRT] já foi tomada, fundamentada em estudo técnico, blá, blá, blá, blá. Já falamos isso 200 vezes. Ele [o consórcio] está assim esperneando há muito tempo. A obra já iniciou, está lá em Várzea Grande andando”, disse Mauro Mendes à imprensa na manhã desta terça-feira (7).
A reportagem do Jornal Nacional trouxe um depoimento do coordenador de Mobilidade Urbana do Instituto Nacional de Defesa do Consumidor, Rafael Calabria, que disse que a troca de VLT para BRT é um retrocesso. Calabria ainda disse que os trilhos do VLT trariam uma “sustentabilidade, em capacidade de passageiros e na diversidade de opção que a cidade vai ter são muito melhores do que no BRT”.
Mauro lembrou da briga jurídica que envolve o modal. Segundo ele, a troca para o BRT já foi reconhecida juridicamente pela justiça e que não há mais o que se discutir. Portanto, uma reportagem como essa seria uma forma do Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande de espernear, haja vista que perdeu na justiça o processo que determina o fim do contrato, tendo sido obrigado a restituir uma quantia bilionária ao governo de Mato Grosso por não ter finalizado a obra.
Novos capítulos
, afirmou à imprensa que a Prefeitura da Capital não deu o aceite para o início das obras do (BRT) devido às falhas no projeto enviado pelo Governo do Estado. De acordo com Stopa, a situação já foi informada ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), e também ao Judiciário de Mato Grosso.
“Recebemos um documento para a gente aprovar o BRT, que é o maior crime com a baixada cuiabana, é preciso deixar claro isso. Já respondemos ao TCE e ao Tribunal de Justiça apontando algumas falhas do projeto do BRT, e vamos aguardar que o governo devolva com essas falhas corrigidas para que a gente possa reanalisar”, informou o integrante da administração municipal.
Entre as falhas apontadas pelo Executivo municipal está a ausência da especificação dos terminais. “Eles não dizem onde vão ser as estações, não dizem como vai ser o pavimento, como vai ser a drenagem”, completou.
Em dezembro do ano passado, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou em definitivo as obras de implantação do Bus Rapid Transit (BRT) em Cuiabá e Várzea Grande.
Diante disso, as obras da implantação do BRT já iniciaram em Várzea Grande, com a retirada dos trilhos que haviam sido implantados para receber o VLT. Está prevista a construção de 46 estações, de um terminal na região do Coxipó e outro no CPA, e a reconstrução do Terminal André Maggi, em Várzea Grande.
Outro lado
O Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande observa com perplexidade a destruição de patrimônio público na Avenida da FEB, algo nunca visto em obras públicas. O desmonte, na ótica do Consórcio, não encontra amparo de ordem técnica ou de economicidade de recursos públicos.
Enquanto o desmonte de estruturas no traçado em Várzea Grande, lamentavelmente, avança, o Consórcio segue empreendendo, por liberalidade das empresas, a guarda de equipamentos e a manutenção dos 40 trens adquiridos pelo governo do Estado, até que importantes questões pendentes sejam decididas pelo Poder Judiciário.
O Consórcio faz questão de registrar que sempre esteve, e ainda está, à disposição do Estado para a construção de uma solução legítima e viável à retomada e conclusão do projeto VLT, que já poderia estar em operação, para uso da população.
Fonte: leiagora