“O Congresso Nacional está mais preocupado em ficar discutindo emenda parlamentar. Esse é o grande tema que eles ficam discutindo o ano inteiro. [Não focam em] melhorar a Segurança Pública, melhorar as leis, fazer uma grande reforma administrativa, cuidar para que o Brasil não tenha esse rombo gigante que está tendo. O Brasil, do jeito que está indo, vai quebrar”, afirmou.
Para o governador, o cenário econômico brasileiro é preocupante, com a dívida pública ultrapassando R$ 7 trilhões e os juros representando um grande impacto financeiro. Ele comparou a situação ao contexto encontrado em Mato Grosso ao assumir o governo, em 2019, e destacou que a iniciativa privada segue resiliente, enquanto o setor público enfrenta dificuldades.
“A iniciativa privada vai bem, obrigado. A indústria, o agronegócio e o comércio brasileiro vão bem, mas o governo deve mais de R$ 7 trilhões. É dinheiro demais, só os juros da dívida dão 200 vezes a Mega Sena da Virada. Isso vai dar ‘merda’, o governo brasileiro vai quebrar o país”, alertou Mendes, enfatizando a necessidade de uma grande reforma administrativa.
Na entrevista, Mendes também voltou a criticar o decreto do Ministério da Justiça que regulamenta o uso da força por policiais, argumentando que medidas como essa enfraquecem o combate ao crime organizado. Segundo ele, “o governo federal quer conter as forças de segurança, como se o grande problema fosse a atuação da polícia”.
O governador destacou os esforços do estado para enfrentar o crime organizado, mas apontou que a legislação penal brasileira ainda é um entrave para resultados mais efetivos. “A segurança pública está com problema no Brasil inteiro. Dos assassinatos que acontecem no estado, praticamente 90% é bandido matando bandido, briga entre as facções. Isso gera uma sensação de insegurança”, disse. Ele também elogiou o trabalho da Polícia Civil de Mato Grosso, que possui um dos maiores índices de elucidação de crimes no país.
O pacote de ajuste fiscal apresentado pelo governo federal no ano passado também foi mencionado como uma tentativa de conter os gastos, mas Mendes reafirmou que sem uma reforma administrativa abrangente, os problemas financeiros continuarão a se agravar. Para ele, o Congresso deveria priorizar questões estruturais em vez de focar em interesses específicos.
“Este deveria ser o tema para o Congresso se preocupar. Eles ficam o ano inteiro discutindo emenda parlamentar”, concluiu Mendes, cobrando maior protagonismo dos parlamentares em pautas como segurança pública e reformas estruturantes.
Fonte: Olhar Direto