Na semana passada, o observador internacional líder da oposição ao ditador da Venezuela, Nicolás Maduro.
Durante três dias, Ele é um dos responsáveis por organizar o esforço da oposição de seu país para reunir e analisar 25 mil atas eleitorais.
O observador trouxe alguns exemplares e os mostrou a deputados e senadores, durante audiências no Parlamento, além de exibi-los a diplomatas do Itamaraty. Conforme os documentos, o diplomata aposentado Edmundo González venceu Maduro, com 67% dos votos contra pouco mais de 30% do chavista. A vinda de Silva ao Brasil possibilitou ainda a participação, por videoconferência, de María Corina e González, em uma comissão da Câmara.
A seguir, os principais trechos da entrevista concedida por Silva a .
Na Venezuela, cada candidato tem o direito de credenciar testemunhas perante a mesa de votação. No final do dia, essas testemunhas podem levar um exemplar original dos editais da assembleia de voto. Credenciamos testemunhas em 99,2% dos 30.026 locais de votação do país e conseguimos recuperar 85% dos registros. Onde não os temos é porque o regime deu ordens aos militares para não nos entregarem.
São iguais aos boletins de urna no Brasil.
Recuperamos 25 mil atas, que correspondem a 85% do total. É importante ressaltar que essas atas não são da oposição, mas, sim, documentos originais impressos pelo Conselho Nacional Eleitoral, equivalente ao Tribunal Superior Eleitoral do Brasil.
Como resultado da visita, combinamos de que hoje ocorra uma sessão na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, com a presença virtual do presidente eleito Edmundo González e da líder da oposição María Corina Machado. É importante reconhecer o candidato eleito pelos venezuelanos e a denúncia sobre o roubo das eleições por parte de Maduro. Somos gratos ao Brasil por exigir transparência nos resultados eleitorais e pedimos que o país seja uma voz na região, que não apenas exija transparência, mas também respeito pelos resultados expressados pelo povo nas urnas.
As atas já foram apresentadas a membros dos Parlamentos e do Poder Executivo dos Estados Unidos, da Colômbia, do Chile, da Argentina e, agora, do Brasil. Ontem, em 2 de dezembro, estivemos também na República Dominicana. Onde quer que queiram saber a verdade a eleição na Venezuela, nós a levaremos.
O presidente eleito está comprometido a cumprir a Constituição da Venezuela, que diz que 10 de janeiro é a data da posse presidencial.
Atualmente, não.
É muito complicado, por causa de uma série de componentes de segurança que o sistema eleitoral da Venezuela possui. Além disso, se Maduro apresentar quaisquer atas agora, meses depois da disputa, pioraria a situação. Isso porque não terá legitimidade e configuraria mais crimes.
Teremos de perguntar isso ao presidente.
Na Venezuela, todos os cidadãos são ameaçados pela ditadura. Temos mais de 2 mil presos políticos e 8 milhões de refugiados. Não à toa o ditador tem um processo aberto contra ele no Tribunal Penal Internacional, por crimes contra a humanidade e violações de direitos humanos. É importante frisar que Nicolás Maduro não é um político tradicional de esquerda ou direita. Maduro é um criminoso que violou os direitos humanos e também roubou as eleições sem vergonha nenhuma. É algo que não pode ter nenhum tipo de aceitação no nosso continente.
Fonte: revistaoeste