Sophia @princesinhamt
Política

Maduro deixa Lula, Itamaraty e o PT sem saída ao não divulgar atas da eleição disputada

2024 word1
Grupo do Whatsapp Cuiabá

Já vão se completar duas semanas depois das eleições na Venezuela e, até agora, nada de atas. Falou-se muito nessas atas — boletins eleitorais com os números exatos da votação, o mínimo que se espera de qualquer eleição, mesmo as roubadas. Afinal, é preciso vir com algum tipo de documento oficial para dizer que alguém ganhou; até na Rússia do camarada Vladimir Putin , logo após o fim da votação, o número lá que eles querem.

O presidente Lula e a diplomacia brasileira apostavam tudo na publicação das tais cifras por parte do “Conselho Eleitoral”, o TSE do ditador Nicolás Maduro. Com base nelas, diriam que o “processo democrático” foi respeitado e agora é preciso reconhecer “os resultados”. Maduro deixou Lula, o e o PT na mão. Não publicou coisa nenhuma — e o Brasil, agora, que se vire para explicar por que as atas, que julgava indispensáveis para aceitar a validade da eleição, não apareceram.

“Mesmo que Maduro divulgue as cifras que o Brasil está cobrando, que seriedade pode ter uma ata eleitoral publicada duas semanas depois da eleição, ou sabe-se lá quanto tempo?”

J. R. Guzzo

Não apareceram, e provavelmente não vão aparecer nunca, porque o ditador fraudou as eleições. A fraude começou antes mesmo da campanha, com o veto à candidata mais forte da oposição e, em seguida, à aliada que ela indicou para concorrer — e não acabou até agora. Na verdade, nunca uma derrota eleitoral ficou tão comprovada quanto à de Maduro.

Se ele ganhou, como disse enquanto os eleitores ainda estavam votando, por que raios o registro com as totalizações dos votos não foi apresentado até agora? Não existe isso — o sujeito ganha a eleição, mas esconde os números da apuração. Agora, na verdade, toda a história não tem mais sentido. Mesmo que Maduro divulgue as cifras que o Brasil está cobrando, que seriedade pode ter uma ata eleitoral publicada duas semanas depois da eleição, ou sabe-se lá quanto tempo?

maduro e lula
Maduro E Lula, Em Encontro Durante A Edição 2023 Da Celac | Foto: Ricardo Stuckert/Pr

A humilhação para Lula e o governo brasileiro, do jeito como estão as coisas, só tende a aumentar. Queriam e querem, como exigência estratégica da sua política externa, que Maduro e a ditadura na Venezuela continuem. Mas em vez de fazer logo de uma vez como Rússia, China, Cuba, Nicarágua, Irã e outras ditaduras-raiz, que comemoraram o resultado e continuaram a tratar da vida, Lula quis se exibir mais uma vez no papel de estadista esclarecido.

Imaginou-se como “poder moderador”, ou algo assim, e como “ponte de diálogo” entre malfeitores eleitorais e democracias que condenam a fraude. Mas o Brasil não tem poder nenhum nessa questão, não modera nada e não pode servir de ponte entre duas margens que se afastam cada vez mais uma da outra. Que “diálogo”, com o Exército na rua e 2 mil opositores na prisão? E por quê? Maduro não precisa do Brasil, nem de Lula.

Fonte: revistaoeste

Sobre o autor

Avatar de Redação

Redação

Estamos empenhados em estabelecer uma comunidade ativa e solidária que possa impulsionar mudanças positivas na sociedade.