O presidente Lula declarou que “não aceita” o resultado das eleições na Venezuela, mas descarta realizar um bloqueio ou até mesmo romper com o ditador do país, Nicolás Maduro. A declaração foi dada nesta sexta-feira, 6, durante entrevista à rádio Difusora Goiânia.
“A gente não aceitou o resultado das eleições, mas não vou romper relações, e também não concordo com a punição unilateral, o bloqueio, porque o bloqueio não prejudica o Maduro”, disse. “O bloqueio prejudica o povo. E eu acho que o povo não deve ser vítima disso.”
Ao ser perguntado se a Venezuela ainda seria uma democracia ou uma ditadura, Lula disse que é “mais um rolo”. Afirmou que exigiu de Maduro que entregasse as atas da disputa ao Conselho Nacional Eleitoral, que tinha três membros do governo e dois da oposição. “Ele preferiu não passar pelo colégio eleitoral e foi direto para a Suprema Corte”, falou.
“Então, eu me senti no direito de dizer que não reconheci aquilo porque não estava correto”, argumentou. “Como também não reconheço o fato de que a oposição ganhou. Ali, só tinha uma solução: ou fazer novas eleições ou fazer uma coalizão para que pudesse conviver democraticamente.”
O ministro do Interior da Venezuela e número dois da ditadura chavista, Diosdado Cabello, negou que Nicolás Maduro esteja planejando participar de uma reunião com os presidentes de Brasil, Colômbia e México. A conversa seria para discutir a crise pós-eleitoral do país.
Cabello contrariou a declaração do ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Luis Gilberto Murillo. O colombiano disse, na terça-feira 3, que Maduro “provavelmente” realizaria uma reunião virtual com o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e com o colombiano Gustavo Petro.
A dupla lidera os esforços para uma negociação entre o ditador venezuelano e a oposição, depois das denúncias de fraude nas eleições de 28 de julho. Maduro foi pelas instituições locais, controladas pelo chavismo.
Fonte: revistaoeste