O presidente voltou a defender a tributação de super-ricos em entrevista ao canal francês TF1, realizada na última sexta-feira, 1º. O chefe do Executivo propõe imposto de 2% sobre grandes fortunas.
“Nós temos 3 mil pessoas no mundo que detêm uma fortuna de US$ 15 trilhões”, afirmou Lula. “Não é possível que a gente não tenha competência de fazer com que essas pessoas paguem um tributo para que a gente possa arrecadar dinheiro para acabar com a fome e com as mazelas que hoje persistem na humanidade.”
O chefe de Estado ressaltou “uma tributação dos muito ricos de 2%”. “Se essa tributação acontecer, a gente pode arrecadar de US$ 250 a US$ 300 bilhões”, destacou.
Lula disse que o dinheiro arrecadado com a tributação é “suficiente para que a gente possa combater a pobreza e acabar com o flagelo em que vivem milhões de pessoas no mundo”.
O petista ainda argumentou que a Europa teria “um papel extremamente importante” nessa agenda. Afirmou que é algo que tem discutido com seus “amigos europeus”.
Em setembro deste ano, na Sessão de Abertura da Reunião Ministerial do G20, em Nova York (EUA), Lula já tinha defendido a tributação de “super-ricos”. A proposta tem resistência entre grandes economias, como Estados Unidos e Alemanha.
“Em 2022, a diferença entre o valor que o mundo em desenvolvimento pagou a credores externos e o que recebeu foi de US$ 49 bilhões”, afirmou Lula, à época. “Há mais dinheiro saindo do que dinheiro entrando. A taxação de super-ricos é uma forma de combater a desigualdade e direcionar recursos a prioridades de desenvolvimento e ação climática.”
A taxação dos chamados “super-ricos” tem sido recorrentemente defendida pelo Brasil, seja por Lula, seja pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nos encontros do G20.
Fonte: revistaoeste