O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que seu governo pretende aumentar o salário de todas as carreiras de servidores públicos. Ele deu a declaração nesta terça-feira, 23, durante café com jornalistas. A afirmação ocorre em meio às greves de institutos federais, cujos funcionários cobram aumento salarial.
“Estamos preparando aumento de salário para todas as carreiras”, disse Lula. “E vai ter aumento. Nem sempre é tudo o que a pessoa pede. Muitas vezes é aquilo que a gente pode dar.”
Ao ser interpelado sobre as greves, Lula afirmou que “acha legal” as paralisações que servidores públicos estão fazendo em busca de reajustes salariais.
O chefe do Executivo ressaltou que não haverá punições a ninguém por fazer greve. “Nasci fazendo greve”, disse. “Acho que é um direito legítimo.”
Lula também lembrou de 1978, ano em que participou de uma greve na empresa sueca de veículos Scania. “Quando fizemos a greve em 1978, mudamos a história do sindicalismo brasileiro”, disse. “O pessoal estava muito reprimido, não faziam greve há muito tempo, não havia aumento há muito tempo.”
Quem atualmente conduz a negociação com os servidores é o secretário José Lopez Feijó, da . Feijó possui passagens em outros governos petistas e foi presidente da (CUT).
Lula acrescentou que o governo pretende fazer uma “regulação das carreiras” do serviço público e que o Palácio do Planalto vem se esforçando para fazer concursos. “A gente quer fazer uma regulação das carreiras”, afirmou. “E aos poucos as coisas vão entrando nos eixos.”
O número de greves no setor público em 2023, primeiro ano do atual mandato de , superou o do mesmo período do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ). As informações são do , que monitora a atividade grevista em nível nacional.
Conforme o levantamento da entidade, cerca de 629 greves foram registradas em 2023. No primeiro ano de Bolsonaro, em 2019, cerca de 566 — um aumento de 12% no governo petista.
Entre as greves no ano passado, apenas 12% passaram de 12 dias. Segundo o Dieese, 47% das mobilizações foram um sinal de advertência, com tempo de duração pré-estabelecido.
O cenário, no entanto, é muito diferente do que acontece na rede federal de ensino. Para fontes do governo, essa é a classe mais delicada, uma vez que representa a maioria do funcionalismo público — cerca de 200 mil servidores, quase 40% da máquina estatal. As instituições técnico-administrativas estão paradas há mais de 40 dias.
Fonte: revistaoeste