O governo Luiz Inácio Lula da Silva gastou mais em publicidade nos canais de TV do que em internet. O levantamento é do site Poder360, realizado a partir de dados do .
Os pagamentos de publicidade da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) e dos ministérios para os canais de TV em 2023 representam 56% do valor da publicidade no governo Lula. Em 2022, o porcentual chegou a 49,5%.
O levantamento faz parte de um sistema que reúne os pagamentos publicitários do Planalto desde 2019
O governo Lula investiu, em seu primeiro ano de mandato, menos do que o último ano da administração de Jair Bolsonaro (PL-RJ). O total em publicidade caiu de R$ 633 milhões, em 2022, para R$ 451 milhões, em 2023. Desses, R$ 257 milhões foram para a TV.
Ao aumentar a publicidade na TV, o presidente também elevou a frequência em programas de televisão. Das 26 entrevistas exclusivas que ocorreram de 1º de janeiro de 2023 a 26 de janeiro de 2024, 12 foram para canais televisivos.
O Grupo Globo e a CNN (Brasil e Internacional) foram os únicos meios de comunicação com quem o presidente falou com exclusividade em mais de uma ocasião.
Enquanto Lula aumentou os repasses de publicidade para as TVs, a internet sofreu queda. Foram R$ 65 milhões para esse meio, ou 14,2% do total. Em 2022, a internet teve 17,5% dos gastos.
Os pagamentos de publicidade da Secom e dos ministérios para os canais de TV do Grupo e afiliadas avançaram 60% em 2023. Os custos passaram de R$ 89 milhões, em 2022, para R$ 142 milhões, no ano passado.
Em 2022, os canais da Globo tiveram 28% da publicidade governamental em TV. Em 2023, passaram a 56% dessa verba.
A emissora foi a única das grandes redes que cresceu. Os investimentos nas emissoras Record, , Bandeirantes, Rede TV! e afiliadas caíram pela metade, ou menos, em relação a 2022.
Há ainda poucos dados disponíveis sobre 2024. Conforme o levantamento, o governo investiu um total de R$ 12 milhões em publicidade neste ano. A Globo mantém a liderança, com R$ 4 milhões, contra R$ 3 milhões da Record.
De acordo com a Secom, a base dados está “em constante atualização”.
O mau desempenho do governo Lula na comunicação foi alvo de críticas do presidente. De acordo com o líder petista, a queda de popularidade ocorreu em virtude do fracasso do governo na comunicação.
Em 2023, o governo tentou conversar com as pessoas por meio das transmissões semanais. Contudo, Lula teve baixa audiência e abandonou a estratégia. Marco Uchôa, que interagia nas transmissões, saiu do governo.
A principal aposta para resolver o problema é uma licitação de comunicação digital de R$ 197 milhões, que deve começar a funcionar entre maio e junho. O Planalto entende que contratar uma empresa com especialização no mundo digital pode aumentar a possibilidade de controle da entrega do conteúdo aos eleitores.
Fonte: revistaoeste