As cobranças do governador Eduardo Leite (PSDB), do , ao governo Lula (PT) geraram desconforto ao Palácio do Planalto. A tensão entre ambos aumentou quando Leite publicou na noite da última quinta-feira, 2, um vídeo nas redes sociais no qual apelou às Forças Armadas para que estendessem para o período noturno as operações de resgate da população afetada pelas enchentes.
Leite destacou a incapacidade de voo noturno dos helicópteros estaduais e a necessidade dos helicópteros da Força Aérea Brasileira (FAB) para continuar o resgate.
“São 20h30. Ao longo do dia todo, os nossos helicópteros do governo do estado, o apoio que a gente recebeu também de outros estados, com helicópteros de São Paulo, Paraná, estiveram em campo para resgatar muitas vidas, mas eles não têm capacidade de voos noturnos”, escreveu o governador. “Os helicópteros que têm capacidade de voo noturno são os das Forças Armadas. O que eu estou aqui apelando, rogando, estou em contato com o general que comanda essa operação e confiamos nas nossas Forças armadas é que, havendo condições climáticas, no limite do possível, estejam sendo empregados esses helicópteros nessa noite e nessa madrugada crítica”, completou
Em resposta, membros do governo petista disseram que os militares atuaram dentro do limite de segurança até as 22 horas. Na última sexta-feira, 3, em uma declaração que parecia direcionada a Eduardo Leite, Lula afirmou que o governo federal não iria medir esforços para auxiliar o Rio Grande do Sul. O petista avisou que seus 37 ministros estão à disposição do governador para dar apoio ao Estado.
“Queremos mostrar nossa solidariedade ao povo gaúcho e reafirmar ao governador que todo o governo federal está pronto para ajudar o Rio Grande do Sul”, declarou o presidente.
O chefe do Executivo visitou o Estado nesta semana e conduziu uma reunião extensa com o governador. Em seguida, ele anunciou a criação de uma sala de emergência no Palácio do Planalto para centralizar as ações de resgate e recuperação.
O presidente prometeu ainda recursos financeiros para auxiliar o RS e propôs uma reunião com prefeitos para avaliar os prejuízos. Está prevista a liberação de uma medida provisória com créditos extraordinários, cujo valor ainda será definido.
Fonte: revistaoeste