O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou, nesta quarta-feira, 26, a tentativa de golpe de estado que acontece na Bolívia. A jornalistas, o chefe do Executivo disse que pediu informações para o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
“Quero informações”, disse. “Pedi para o ministro Mauro ligar para a Bolívia, ligar para o presidente, ligar para o embaixador brasileiro, para a gente ter certeza, para ter uma posição. Como sou um amante da democracia, quero que a democracia prevaleça na América Latina, golpe nunca deu certo.”
Jornalistas perguntaram a Lula sobre a instabilidade política que o país enfrenta depois que o presidente da Bolívia, Luis Arce, informou que as Forças Armadas do país estavam fazendo “mobilizações irregulares”.
Depois da declaração pública, Lula comentou novamente a situação da Bolívia nas redes sociais. “A posição do Brasil é clara”, “Sou um amante da democracia e quero que ela prevaleça em toda a América Latina. Condenamos qualquer forma de golpe de Estado na Bolívia e reafirmamos nosso compromisso com o povo e a democracia no país irmão, presidido por Luis Arce.”
Tanques do Exército e militares armados invadiram o palácio presidencial, alguns inclusive com os próprios tanques. Eles estavam no local até a última atualização, segundo a agência de notícias Reuters.
Parte do Exército foram vistas agrupadas em praças e ruas de La Paz ainda hoje. Militares faziam guarda no palácio mais cedo. O presidente boliviano disse que faria um pronunciamento à nação ainda hoje.
“Denunciamos mobilizações irregulares de algumas unidades do Exército boliviano”, afirmou Arce, que está na presidência do país sul-americano desde novembro de 2020. “A democracia deve ser respeitada.”
Presidente da Bolívia de 2006 a 2019, Evo Morales foi mais enfático. De acordo com ele, um “golpe de Estado está se formando” no país que faz fronteira com o . Além disso, acusa um general de ser o mentor do motim.
“Apelamos a uma mobilização nacional para defender a democracia contra o golpe de Estado que se prepara à frente do general Zuñiga”, afirma Morales. “Declaramos greve geral por tempo indeterminado e bloqueio de estradas.”
A presença de tropas do Exército na Praça Murillo, onde fica o palácio que funciona como sede do Poder Executivo da Bolívia, ocorre um dia depois da troca de comando da Força Armada. O general Juan José Zuñiga, o militar mencionado por Morales, foi destituído por Arce nesta terça-feira, 25.
Conforme agências de notícias, o general afirmou que reconhece “ao menos por enquanto” o presidente boliviano como chefe das Forçadas Armadas do país. Ele, no entanto, teria cobrado mudanças no primeiro escalão do governo.
“Os três chefes das Forças Armadas viemos expressar nossa discordância”, afirmou Zuñiga, segundo o site do jornal Folha de S.Paulo. “Vai haver um novo gabinete de ministros, com certeza as coisas vão mudar, mas nosso país não pode continuar desse jeito.”
Atualizada em 26/06/2024, às 18h23
Fonte: revistaoeste