O desejo do presidente Lula (PT) de interferir a todo custo na maior empresa do Brasil, a , provocou um “conflito escandaloso” entre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente da petroleira, Jean Paul Prates. Foi o que concluiu a Folha de S.Paulo, em editorial publicado nesta sexta-feira, 5.
Para o jornal, a briga se tornou mais “vexatória e contraproducente” por “abalar o crédito da estatal”. O impasse também cria “ainda mais suspeitas sobre a racionalidade econômica” do chefe do Executivo e de sua turma.
Em entrevista à Folha, Alexandre Silveira deixou claro que é ele quem manda na estatal. Ele afirmou ainda que não abre mão da sua “autoridade” e que, para tanto, conta com o aval de Lula. Segundo o veículo de comunicação, Silveira chegou a desdenhar das capacidades de Prates na condução da Petrobras.
A possibilidade de troca no comando da companhia ganhou força na quarta-feira 4, depois de rumores de que para decidir questões sobre seu cargo.
Para o jornal, é fato que a gestão da Petrobras é politizada, mas essa guerra de poderes, provocada principalmente por decisões de pagamento de dividendos a acionistas, revela “um problema mais profundo”.
É que, de acordo com o texto, o presidente da República pressiona a estatal por diversos motivos. Lula pede intervenção nos preços dos combustíveis, na distribuição de lucros e quer que a companhia invista em refinarias ou indústria naval. “Silveira e Costa fazem coro com o chefe”, ressaltou a publicação.
“O governo federal, como acionista majoritário, pode definir diretrizes para a Petrobras, porém, nem ao menos há um plano claro”, afirmou o editorial. Mas os “vagos desejos” de Lula mais lembram os desmandos petistas passados, cujos resultados foram “ruinosos”.
A crise expõe a desorganização administrativa e política deste governo. E, no lugar de um planejamento, há a “permissão para que autoridades se entreguem a intrigas e sabotagens a fim de influenciar os destinos da Petrobras”.
Fonte: revistaoeste