O de Luiz Inácio Lula da Silva ampliou a verba destinada à publicidade nas rádios do grupo Jovem Pan em 2024, mesmo depois de falas do Executivo sobre disseminação de fake news e incentivo a atos golpistas durante as eleições.
Ao longo de 2024, a emissora recebeu pelo menos R$ 2,4 milhões em campanhas de mídia governamental. Já no fim de 2023, os veículos da empresa voltaram a ser inseridos nos planos de mídia do governo federal e receberam R$ 270 mil.
Em fevereiro, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, anunciou o corte de verbas à emissora em razão de fake news. No mês seguinte, a Advocacia-Geral da União (AGU) uniu-se a uma ação judicial do Ministério Público Federal, que pede uma indenização de R$ 13,4 milhões à Jovem Pan.
Essa ação acusa a emissora de “veiculação sistemática de conteúdos desinformativos que incentivaram a ruptura do regime democrático brasileiro”. O documento também inclui um pedido de cassação da outorga da emissora — ponto não referendado pela União.
Sob críticas de parte do eleitorado, a Jovem Pan tomou medidas para alterar seu discurso. A emissora demitiu comentaristas mais alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Durante o governo anterior, a rede recebeu R$ 18,8 milhões em publicidade governamental. Em 2024, o valor destinado à Jovem Pan é comparável ao direcionado à Globo, com a rede CBN, conforme dados do portal da Secom.
Entretanto, a comparação entre os valores pode se tornar imprecisa, pois a atualização depende da confirmação da veiculação das publicidades. A Band, por exemplo, recebeu cerca de R$ 3,6 milhões, a maior soma para um grupo de rádio neste ano.
O sistema da Secom registra R$ 48,2 milhões em despesas com publicidade em rádio em 2024, mas não informa valores para TV e canais de internet da Jovem Pan. Dessa forma, a pasta mantém em sigilo os pagamentos de propagandas de bancos públicos e estatais, como a Petrobras.
Fonte: revistaoeste