O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação) efetivaram nesta sexta-feira, 15, Jeansley Charlles de Lima como presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação).
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Ele, que estava como interino, era o número dois da estatal quando o então presidente Hélio Doyle foi demitido em outubro. Doyle havia compartilhado em redes sociais publicações críticas a apoiadores de Israel, conforme informou matéria da Folha de S. Paulo.
A nomeação foi publicada no Diário Oficial e Lima assume o cargo até 30 de outubro de 2025, podendo ser mantido depois deste período.
Já a jornalista Maíra Carneiro Bittencourt Maia foi escolhida para ser a diretora-geral da EBC, número dois da empresa.
Lima é filiado ao PT no Distrito Federal (DF) e foi presidente da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), na gestão do atual governador, Ibaneis Rocha (MDB).
A EBC passou por um período de instabilidade depois da saída de Doyle, ex-professor da UnB (Universidade de Brasília), da presidência da empresa.
“Não precisa ser sionista para apoiar Israel. Ser um idiota é o bastante”, dizia uma das postagens compartilhadas por Doyle.
O ex-presidente da EBC ainda fez críticas a veículos de mídia pela cobertura no conflito em Gaza, prosseguiu o jornal.
“Para validar a mentira de Israel, tem emissora pró-EUA contando o que é a Jihad Islâmica. E frisando sua aliança com o Irã… chamam de ‘guerra de versões”, escreveu, sobre acusações de bombardeio a um hospital. “Eu juro que ouvi agora um comentarista de TV dizer que não se sabe quem atacou o hospital em Gaza”, publicou em outra postagem.
Permanência insustentável
As publicações de Doyle foram feitas em um momento no qual a oposição buscava desgastar o governo, ao explorar a sua posição e a do PT em defesa do povo palestino.
Segundo a Folha, bolsonaristas buscavam realçar a resistência do governo em definir o Hamas como grupo terrorista e associar o partido de Lula ao grupo.
Neste cenário, o governo Lula considerou que a permanência de Doyle havia se tornado insustentável.
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Pimenta afirmou à Folha, , que o governo não aceitaria “achincalhamento” sobre a guerra. Segundo o ministro, a postura não combinava com a adotada pelo país.
“Se a conduta do Brasil é uma conduta de respeito, de busca da promoção da paz, de manter uma capacidade de diálogo com todos os atores que estão nesse cenário de guerra e a garantia da busca com segurança das famílias brasileiras que estão lá” disse Doyle, que completou.
“É esse tipo de comportamento e postura que esperamos de todos os servidores e servidoras que têm posição de chefia dentro do governo.”
Fonte: revistaoeste