O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que a Operação Lava Jato só “serviu para desmoralizar a Petrobras” e, dessa forma, tentar justificar a sua “privatização”. A declaração foi dada nesta sexta-feira, 13, em evento da inauguração do Complexo de Energias Boaventura, em Itaboraí, no Rio de Janeiro.
“Muita gente honesta e trabalhadora sofreu dentro da Petrobras com a denúncia da Lava Jato”, disse Lula. “Eu sempre digo que, se você quer prender um corrupto, prenda o corrupto. Se você quiser dizer que uma empresa roubou, quem roubou não foram os trabalhadores, mas foi algum corrupto. Então você pega ele [sic] e pune, mas deixa a empresa produzir, gerar emprego, gerar salário, deixa a empresa gerar renda.”
Lula ainda disse que a Lava Jato não tinha como objetivo final “prender um corrupto”, mas o contrário. Seria uma “tentativa” de “desmoralizar a Petrobras aos olhos da sociedade brasileira, para depois dizer: ‘Vamos vender’”.
O chefe do Executivo, sem citar nomes, disse que “não teria como ele saber” que o Congresso Nacional, “mesmo sendo conservador, iria criar confusão para não deixar vender a Petrobras” e, por isso, “resolveram vender ativos” da estatal.
Ainda durante discurso, Lula relembrou a venda da BR Distribuidora, em julho de 2019. “Resolveram vender ativos, dizendo: ‘Vamos fatiar, vamos vender a BR’”. Mesmo sem citar nominalmente, o petista se referiu ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em sua gestão, a Petrobras deixou de ser a maior acionista da distribuidora de combustíveis, que passou a ter mais capital privado.
“Vamos ser francos, como trabalhador da Petrobras e usuário: ‘O que melhorou para o consumidor brasileiro a venda da BR?’”, perguntou o pestista aos presentes, os quais responderam em uníssono: “Nada”.
O presidente argumentou que a venda de ativos da BR Distribuidora acabou, na realidade, “piorando” a atuação da Petrobras no mercado internacional e nacional. “Tentaram até acabar com a construção de navios”, disse. “Piorou tudo, porque temos que pagar frete para levar e buscar para navios estrangeiros transportar o que poderíamos transportar com produtos brasileiros.”
Fonte: revistaoeste
