O senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, declarou nesta quarta-feira, 20, que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal federal (STF), não tem condições de conduzir o inquérito sobre uma suposta tentativa de golpe em 2022.
Moraes é relator e o personagem principal da investigação que levou à Operação Contragolpe, da polícia federal (PF). De acordo com as corporação, o suposto plano previa o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin, além de Moraes. A ação resultou na prisão de cinco suspeitos que estariam ligados ao caso.
Moraes foi o centro da própria decisão que autorizou a operação da PF, citando a si próprio 44 vezes.
“Eu acho que o ministro Alexandre de Moraes não tem nenhuma condição de continuar à frente desse processo; ele claramente é parte do processo, e não há nenhuma imparcialidade em quem se afirma vítima”, avalia o senador.
Políticos da oposição ao governo alegam que a operação tenta associar o ex-presidente Jair Bolsonaro à trama e a classificam como uma “cortina de fumaça”. Essas circunstâncias levaram o grupo a protocolar um pedido de impeachment contra Moraes no Senado, com alegações de abuso de poder.
“O ministro continua reiterando os motivos que ensejaram o pedido de abertura desse processo de impedimento; ele claramente comete abuso”, reforçou o senador.
Marinho também defendeu a ideia de que o Supremo deve exercer autocontenção, assegurando que a investigação seja justa e transparente.
O senador comentou ainda as tentativas de ligar o ex-presidente Jair Bolsonaro à investigação, que resultou na prisão de quatro militares e um agente da PF. Segundo ele, os trechos divulgados pela imprensa não indicam incentivo de Bolsonaro a tais planos, mas o oposto disso.
“Há um diálogo que foi publicado onde claramente as pessoas, os aloprados que estão falando nesse diálogo, reclamam que o presidente quer jogar dentro da Constituição”, disse Marinho.
Fonte: revistaoeste