O ministro da Justiça, , disse que o caso da ex-vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) está encerrado, por enquanto. A declaração ocorreu durante entrevista coletiva, neste domingo, 24, com o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues.
Para Lewandowski, a prisão dos supostos mandantes do assassinato de Marielle, em 2018, é uma “vitória do Estado brasileiro”. De acordo com Lewandowski, a identificação dos suspeitos conclui que os “trabalhos foram dados como encerrados”.
“Este momento é extremamente significativo, é uma vitória do Estado brasileiro, das nossas forças de segurança do país com relação ao combate ao crime organizado”, declarou Lewandowski.
O ministro, contudo, deixou em aberto novas ações da PF, caso seja necessário. Lewandowski disse ainda que as autoridades podem desenvolver um relatório complementar, se surgirem “novos elementos”.
A investigação apontou que os supostos mandantes do crime foram o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão e o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ). O ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa, também detido, teria agido para proteger os dois irmãos e “atrapalhado” as investigações.
Segundo o chefe da PF, a relação entre Barbosa e os irmãos Brazão para interferência na investigação do caso Marielle já existia antes do crime.
“Pode ser dito que, já antes do crime, havia uma relação indevida desse que era então chefe da Delegacia de Homicídios e depois chefe de polícia para desviar o foco da investigação daqueles que são os verdadeiros mandantes do crime”, afirmou o delegado.
Conforme Lewandowski, enquanto o grupo sobre o qual os irmãos Brazão tinham influência atuava para regularizar terras para “fins comerciais”, Marielle e seu grupo político queriam usar os terrenos para fins sociais, “de moradia popular”.
Apesar da relação entre a atuação da parlamentar e os interesses do grupo criminoso, o diretor-geral da PF afirmou que a motivação do crime também precisa ser “olhada em um contexto”.
“A gente não pode dizer, e isso estava nos relatórios, que houve um único e exclusivo fato”, ponderou Rodrigues. “Precisamos fazer essa análise olhando há seis anos. Havia um cenário e havia uma disputa.”
De acordo com o inquérito, alguns integrantes da Polícia Civil do Rio de Janeiro atrapalharam o avanço das investigações, o que configura obstrução da Justiça.
Lewandowski também avaliou que os suspeitos serão submetidos ao relator, que deve acolher, “ao todo ou em parte”, a denúncia. Depois, o julgamento vai para a primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ainda segundo o ministro, medidas cautelares almejaram alguns nomes durante a investigação. A saber: Erica Andrade, mulher de Rivaldo Barbosa; Giniton Lages, delegado da Polícia Civil e ex-chefe do Departamento de Homicídios; Marco Antonio Barros, comissão de Polícia Civil; e Robson Calixto Fonsenca, assessor do TCE-RJ.
Exemplo de medidas cautelares:
- Comparecimento periódico em juízo;
- Proibição de acesso ou de frequentar determinados locais;
- Proibição de contato com determinadas pessoas;
- Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga;
- Suspensão do exercício da função pública ou de atividade de natureza econômica; e
- Uso de tornozeleira eletrônica.
Fonte: revistaoeste