Durante um evento do banco de investimento UBS BB em São Paulo, o presidente do PSD e secretário do Estado de São Paulo na gestão Tarcísio de Freitas, Gilberto Kassab, criticou a atuação do ministro Fernando Haddad à frente da e afirmou que vê fragilidades no governo Lula.
Kassab afirmou que o petista demonstra fragilidade no comando econômico, diferentemente de figuras passadas. Para comprovar sua tese, ele citou Fernando Henrique Cardoso, Antonio Palocci, Henrique Meirelles e Paulo Guedes.
“O que vemos hoje é uma dificuldade do ministro Haddad de comandar”, disse. “Um ministro da Economia fraco é sempre um péssimo indicativo.”
Para Kassab, o sucesso da economia de um país está atrelado a ministros ”fortes”. “No próprio governo do FHC, no qual eu fui deputado federal, você ia encaminhar algumas sugestões para o presidente, e ele mesmo falava ‘isso não é comigo, é com o [Pedro] Malan’”, explicou.
“No [primeiro] governo Lula, o Palocci comandava. Já no governo Temer, Meirelles comandava. Todos os bons momentos do Bolsonaro foram relacionados ao Paulo Guedes. E a presidente Dilma não foi bem, porque ela queria comandar a economia.”
Especialistas de mercado analisam que a tentativa de Haddad de equilibrar as contas públicas enfrenta dificuldades em reduzir despesas e aumentar a arrecadação. Um ponto visto como preocupante é a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, proposta pelo governo Lula. Ela não deve ter compensação na arrecadação adicional de contribuintes de renda mais alta.
Segundo Kassab, se a eleição presidencial ocorresse hoje, o cenário seria desfavorável para Lula.
“O PT não estaria na condição de favorito, mas na condição de derrotado”, disse. “Não vejo uma articulação para reverter essa tendência de piora no cenário. Não vejo nenhuma marca boa, como teve FHC e o Lula nos primeiros mandatos.”
Apesar disso, Kassab reconheceu a experiência de Lula e sua capacidade de reverter o cenário político. “Ele tem muita experiência, pode fazer uma reviravolta no seu governo”, disse. ”O que precisa fazer para ganhar, ele faz.”
O presidente do PSD também abordou a possível fusão entre seu partido e o PSDB como uma maneira de fortalecer a posição do partido na política nacional. Ele afirmou que, embora seja uma conversa complexa, pela história do PSDB, a fusão pode ser bem-sucedida e resultar em uma força política mais robusta. Os tucanos também consideram fusões com MDB, Solidariedade ou Podemos.
Por fim, Kassab comentou a eleição presidencial de 2026, para a qual destacou Tarcísio de Freitas como um potencial líder da oposição. No entanto, é possível que o governador busque a reeleição no Estado de São Paulo.
Outros possíveis candidatos que Kassab mencionou são Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Ratinho Jr. (PSD-PR). “Se o Tarcísio não for, cada partido vai lançar um candidato, todos eles vão ter 15%, e um deles vai no segundo turno”, finalizou.
Fonte: revistaoeste