A expectativa do deputado estadual Allan Kardec (PSB) é que o governador Mauro Mendes (Uniao) não feche o palanque nas eleições em torno do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro e do senador Wellington Fagundes. Entretanto, se o palanque não for aberto aos aliados, Kardec disse que existe, sim, a possibilidade de aproximação com a Federação Brasil da Esperança, que é formada pelo PT, PV e PCdoB.
Em conversa com jornalistas nesta quarta-feira, Allan Kardec comentou sobre uma conversa que o presidente estadual do PSB, deputado Max Russi, teve com o governador, na qual Mauro teria garantido que o palanque seria aberto para os candidatos ao Senado, independentemente da coligação com o PL para o governo do Estado.
“Se isso não for cumprido, existe uma pequena, mas ainda viva, possibilidade da federação. Vamos ver como vai ser a movimentação do senador Fávaro [PSD]. Se a gente não tem vaga na chapa do governador, não tem por que a gente estar indo atras daqueles que não nos querem. Mas acredito que o governador terá essa sabedoria de deixar a sua chapa aberta, até porque grande parte dos eleitores do candidato ao senado Neri Geller [PP] também votam no governador e parte do PL, especialmente os bolsonaristas raiz, não votam no governador. Então, acredito que ele tem sabedoria, está indo para sua quarta eleição, ele vai deixar seu palanque aberto”.
Ao falar sobre a reunião que o governador Mauro Mendes terá nesta quarta-feira com o presidente Bolsonaro em Brasília, Kardec admitiu que o governador possa sofrer pressão do presidente para fechar o palanque, mas ele acredita que o governador não irá aceitar a imposição.
“Acredito que vá, sim [sofrer pressão], mas esta semana o Mauro já fez uma declaração importante [ao presidente]: deixa Mato Grosso resolver suas questões. Até porque estas questões das coligações nacionais, elas não estão sendo verticalizadas. Então, não só em Mato Grosso, mas em outros estados, tem essa mesma característica”, disse Allan Kardec.
Kardec analisa que o próprio governador tem a expectativa de não fechar o palanque, uma vez que o PSB tem três deputados estaduais na Assembleia que o apoiam. Segundo ele, embora Mauro tenha declarado apoio a Bolsonaro, nem mesmo o seu partido, o União Brasil, não irá apoiar o presidente oficialmente.
“Eu tenho as minhas críticas pontuais [ao governo], o serviço público e o meio ambiente são as maiores. Mas fechando em torno do PL, é impossível o PSB declinar apoio ao Mauro sem a gente ter espaço no palanque dele”, disse Allan Kardec.
