O ex-ministro José Dirceu, chefe da Casa civil no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pediu ao a extensão da decisão que anulou os processos de Lula em razão da suposta parcialidade do ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro, hoje senador pelo União Brasil do Paraná. A petição foi dirigida ao ministro Gilmar Mendes, informou o site Metrópoles.
+ no site da Revista Oeste.
No pedido ao STF, Dirceu afirma que também foi prejudicado pelas decisões de Moro. Ele foi condenado a 32 anos de prisão pelos crimes de corrupção passiva, organização criminosa e investigados na Operação Lava Jato. As sentenças de Moro foram mantidas pelo Tribunal Regional da 4ª Região e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Defesa de José Dirceu diz que decisões de Moro não foram ‘ortodoxas’
Em decisão proferida em 2021, o STF considerou que Moro não agiu com imparcialidade ao julgar os casos contra Lula em ação ajuizada pelo então advogado Cristiano Zanin, hoje ministro do STF indicado à Corte por Lula. Com a suspeição reconhecida, as condenações do petista foram anuladas. Agora, Dirceu quer que elas se estendam a ele.
“Como a finalidade das acusações tramadas pela força-tarefa e dos julgamentos proferidos pelo então juiz Sergio Moro, em relação a José Dirceu, eram, confessadamente, fomentar e robustecer as posteriores imputações dirigidas a Lula — de acordo com o projeto político-partidário dos procuradores e do magistrado — a suspeição do referido juiz federal, reconhecida nestes autos, deve ser estendida ao requerente, determinando-se a anulação dos processos criminais a que atualmente responde”, escreveram os advogados.
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A defesa de José Dirceu também afirma que as condenações contra o ex-ministro na Lava Jato “se deram em termos nada ortodoxos”, abusando do que seriam delações premiadas sem provas.
Além disso, diz que a investigação e a prisão de Dirceu fizeram parte de um “projeto” da força-tarefa de Curitiba, em suposto “conluio” com Moro, para atingir Lula. “Este era um degrau a ser necessariamente sobrepujado para que se alcançasse o então ex-presidente”, afirmaram, na petição.
Fonte: revistaoeste