A esquerda brasileira parece assustada com a potencial influência de sobre o futuro político brasileiro. Assim como parte da mídia associada à chamada corrente progressista, líderes ligados ao governo lula, como , se esforçam para tentar dissociar o cenário norte-americano daquilo que poderia ocorrer no Brasil em 2026.
O ex-ministro de Lula e um dos caciques do Partido dos Trabalhadores (PT) andava sumido até o , por meio do ministro Gilmar Mendes, decidir acenar de forma mais explícita a seu favor ao anular condenações decorrentes da Operação Lava Jato.
Em entrevista ao jornal O Globo, Dirceu diz que seria um erro transportar o que aconteceu nos Estados Unidos para o Brasil. Ele admite, contudo, que a vitória de trump acende um sinal de alerta para o governo atual e para a esquerda.
Ex-presidente do PT e braço-direito de Lula no seu primeiro mandato (2003/2006), Dirceu aproveita a ajuda do STF para tentar reaver um suposto poderio eleitoral. No horizonte estaria uma candidatura ao Congresso em 2026, o que justifica seu retorno público ao universo das articulações partidárias e ao debate político.
Para ele, existem muitas diferenças entre o cenário norte-americano e o brasileiro. De qualquer modo, entende o petista, o desmonte da esquerda nas eleições municipais e a força demonstrada por Trump obrigam as correntes socialistas e o próprio governo Lula a fazer um balanço e mudar.
Conforme o ex-ministro da Casa Civil de Lula, Bolsonaro difere de Trump, assim como Lula de Joe Biden e de Kamala Harris. Em sua análise, Dirceu diz que Trump tomou conta do Partido Republicano e o personificou na sua própria figura.
“Ele transformou o Partido Republicano em um partido trumpista”, diz Dirceu. Como forma de comparação, acrescenta que a direita brasileira não está inteiramente alinhada a Bolsonaro. Segundo ele, PL e outras legendas podem ou não estar ao lado do ex-presidente.
De qualquer forma, independentemente do nível de coesão na direita, Dirceu acredita que a esquerda precisa mudar. “A esquerda tem que encontrar um caminho para retomar território, voltar à juventude, trabalhar com as redes e atualizar a sua mensagem”.
Conforme o petista, as eleições recentes nos Estados Unidos deixaram evidente que, “se antes uma eleição era ditada pela economia, o aspecto cultural e ideológico ganhou protagonismo”.
Nesse sentido, ele observa que Joe Biden teria feito um governo com resultados que deveriam levá-lo a uma excelente taxa de aprovação, mas essa percepção não foi capaz de mantê-lo na corrida nem seu partido no poder.
Dirceu entende que essa nova realidade se explica, em parte, pela organização empreendida pela direita, que aumentou muito nos últimos anos. Na avaliação do petista, isso se relaciona no Brasil à expansão de movimentos em favor do pensamento conservador, enquanto o campo progressista estagnou-se.
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Fonte: revistaoeste