“Quem precisa esclarecer sobre o assunto são órgãos competentes. Eu vi que o Ministério Público vai fazer essa interpelação, mas a AL não tem intenção de fazer essa interpelação. Acho que não nos cabe cobrar explicação sobre isso, cabe mesmo aos órgãos investigadores, aqueles que já possuem legitimidade para isso. E a gente não quer trazer essa confusão para dentro da Casa. Até porque acho que acabou perdendo o contexto”, afirmou a parlamentar à imprensa na manhã desta quarta-feira (3) pouco antes de entrar para o Colégio de Líderes.
A deputada apontou que o contexto inicial era falar sobre a influência do crime organizado, porém, já foi colocado como se os deputados fossem membros ligados à facções. E assegurou confiar nos demais colegas. “Eu tenho certeza que não é verdade, senão saberíamos. Não apenas nós, deputados, como a imprensa. Não vejo aqui nenhum deputado sob suspeita, mas é claro que o assunto merece um esclarecimento para sociedade, uma resposta”, afirmou.
Outro ponto que parece estar descartado é a convocação do ex-secretário de Segurança Pública, Alexandre Bustamante. Isto porque, ainda segundo o deputado Wilson, o antigo gestor da pasta teria lhe dito durante uma ligação de que alguns candidatos a deputados, sendo um deles eleito, teria feito um pedido para as celas nos presídios voltassem a ter tomadas.
Janaina alega que a Assembleia não teria competência para fazer a convocação do ex-secretário. Ela alegou ainda que não conseguiu contato com Bustamante, mas acredita que o fato deva ser apurado pela Secretaria de Segurança e não caberia à Assembleia. Além disso, ela classificou a conversa entre Wilson e Bustamante como algo informal, que faz parte das relações construídas no dia a dia entre parlamentares e os secretários.
“Uma conversa tida por telefone, em caráter informal, é uma conversa informal. É como se eu tivesse falado em off com a imprensa e depois isso vir à tona. Considero desrespeitoso até com o secretário Bustamante, não sei se ele tinha autorizado falar isso, nem sei se o Wilson avisou que falaria isso. (…) Ele não é mais secretário. A Assembleia tem autonomia para convocar os que estão em exercício. Acho que é muito constrangedor. Temos relações pessoais com os secretários e a gente convive com eles no dia a dia”, afirmou.
Fonte: leiagora