As convenções partidárias que irão oficializar as chapas que disputarão a eleição para a Prefeitura de São Paulo começam neste sábado, 20. O atual prefeito Ricardo Nunes (mdb) e o deputado federal Guilherme Boulos (Psol) já escolheram os vices e farão eventos festivos para demonstrar força. Os demais pré-candidatos, porém, ainda enfrentam indefinições na formação das respectivas chapas
A principal incógnita entre os partidos é o União Brasil. O apoio a Nunes era dado como certo, mas o presidente da sigla em São Paulo, vereador Milton Leite (União Brasil), deixou o cenário aberto ao declarar, há duas semanas, que a legenda poderia desembarcar da coligação devido a insatisfação com a falta de espaço na gestão municipal.
Na quarta-feira 17, Leite disse que a convenção do União na manhã de sábado iria delegar para a Executiva municipal a tarefa de decidir qual será o caminho seguido pelo partido. Contudo, um dia depois, uma ala da sigla passou a ventilar a possibilidade dele ser lançado como candidato a prefeito na convenção.
O movimento, deflagrado na véspera de um encontro entre o presidente da Câmara Municipal e o prefeito, é encarado como uma forma de pressionar Nunes a aceitar as reivindicações do União Brasil por mais espaço na prefeitura.
O União Brasil também negocia apoio a Pablo Marçal (PRTB). O partido do influenciador ainda não marcou a data da convenção e nem anunciou quem ocupará o posto de vice. Levy Fidelix Filho, filho do fundador da sigla, Levy Fidelix, morto em 2021 em decorrência de complicações da covid-19, ganhou força nesta sexta-feira, 19, para ser o companheiro de chapa de Marçal.
O empresário indicou, em uma sabatina na semana passada, que poderia ter uma mulher como vice, citando como opções a médica Nise Yamaguchi (União Brasil), que defendeu cloroquina como tratamento para a covid-19, e uma vereadora de São Paulo que ele não revelou o nome.
O PSDB decidiu antecipar a convenção partidária que tem como objetivo confirmar a candidatura do apresentador José Luiz Datena. O evento estava previsto, extraoficialmente, para o dia 3 de agosto, mas foi marcado para o dia 27 de julho em um auditório da .
Houve pressão da cúpula tucana em brasília para a mudança com o objetivo de afastar o “fantasma” causado pelo histórico de quatro desistências eleitorais do jornalista. Mesmo tucanos que eram céticos quanto à disposição do jornalista de ir até o final mudaram de ideia depois de Datena fazer a primeira agenda pública como pré-candidato ao caminhar pelo Mercadão da capital paulista na quarta-feira.
A data escolhida pelo PSDB é a mesma da convenção do PSB, que tem a deputada federal Tabata Amaral como pré-candidata a prefeita e deve ocorrer na quadra de uma escola de samba. A aposta é garantir boas imagens da parlamentar e gerar material que será explorado nas redes sociais.
Tabata foi a responsável por articular a ida de Datena para o PSDB, na expectativa de tê-lo como vice e garantir o apoio dos tucanos. Entretanto, o apresentador aceitou o convite para encabeçar a chapa tucana e agora será seu adversário.
O entorno da pré-candidata ainda mantém esperanças de que Datena desista de encabeçar a chapa tucana e possa compor com ela. No entanto, este cenário é cada vez mais remoto, motivo pelo qual o PSB passou a cogitar seriamente nos últimos dias uma “solução caseira” para a vice. Os cotados são Lu Alckmin, mulher do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), Lúcia França, mulher do ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB), e Floriano Pesaro, ex-secretário do governo Alckmin no Estado.
Datena também não definiu quem será seu companheiro de chapa. Embora tenha dito que será uma indicação feita pelo PSDB, a avaliação entre os tucanos é que o apresentador terá grande influência na escolha. Os nomes mais comentados são os do presidente municipal, José Aníbal (PSDB), e do presidente da federação PSDB-cidadania no município, Mário Covas Neto (PSDB).
Enquanto os adversários ainda não têm chapa formada, os pré-candidatos apoiados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e pelo atual ocupante do cargo, , planejam eventos maiores para mostrar a força de suas coligações Contudo, enquanto Lula irá à convenção de Boulos às 14h deste sábado, 20, no Expo Center Norte, Bolsonaro ainda não está confirmado na convenção de Nunes, marcada para o dia 3 de agosto no estacionamento da Alesp. O político de maior expressão será o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Ambos os pré-candidatos projetam que as respectivas convenções terão público de 10 mil pessoas. No caso do pré-candidato do Psol, sete ministros devem marcar presença: Fernando Haddad (Fazenda), Marina Silva (Meio Ambiente), Sonia Guajajara (Povos Indígenas), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Luiz Marinho (Trabalho e emprego) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência).
A estratégia de Boulos é resgatar o desempenho de ex-prefeitos de esquerda. dessa forma, terão destaque na convenção Haddad, que comandou a capital paulista de 2013 a 2016, Luiza Erundina, prefeita de 1989 a 1992, e Marta Suplicy, que voltou ao PT para ser vice do psolista. Apesar disso, Haddad e Marta não foram reeleitos, e Erundina não elegeu o sucessor.
Já Nunes quer dar ares de frente ampla à convenção partidária. Serão convidados para o evento representantes de peso de todos os partidos da futura coligação. Além do PL, devem compor a coligação do prefeito outras dez siglas: PSD, Republicanos, Progressistas, Podemos, Solidariedade, PRD, Agir, Mobiliza, Avante e, a depender do desfecho, o União Brasil.
A convenção do Partido Novo, que confirmará Marina helena como candidata a prefeita pela sigla e o coronel da Polícia Militar Reynaldo Priell como vice, está marcada para o próximo domingo, 21, no Edifício Itália. Entre os apoiadores convidados estão a vereadora Cris Monteiro, o ex-deputado estadual Ricardo Mellão e o criador do canal Ideias Radicais Raphael Lima.
- Guilherme Boulos (PSol) — 20 de julho;
- Convenção do União Brasil — 20 de julho;
- Marina Helena (Novo) — 21 de julho;
- Convenção do PL — 22 de julho;
- José Luiz Datena (PSDB) — 27 de julho;
- Tabata Amaral (PSB) — 27 de julho;
- Altino Prazeres (PSTU) — 3 de agosto;
- Ricardo Nunes (MDB) — 3 de agosto;
- Ricardo Senese (UP) — 4 de agosto; e
- Pablo Marçal (PRTB) — data não definida.
Revista , com informações da Agência Estado
Fonte: revistaoeste