O Ministério das Relações Exteriores emitiu uma nota em que critica o governo dos Estados Unidos pelo uso de algemas em deportados. Um grupo de 88 brasileiros chegou ao Aeroporto de Confins, localizado em Belo Horizonte (MG), neste sábado, 25.
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“O uso indiscriminado de algemas e correntes viola os termos do acordo com os EUA, que prevê o tratamento digno, respeitoso e humano dos repatriados”, declarou. A pasta não se pronunciou sobre os voos de brasileiros deportados que ocorreram na gestão de Joe Biden.
O ministério ainda disse que o “governo brasileiro considera inaceitável que as condições acordadas com o governo norte-americano não sejam respeitadas”, e que vai cobrar explicações sobre o “tratamento degradante dispensado aos passageiros do voo”.
“O Ministério das Relações Exteriores vai encaminhar pedido de esclarecimento ao governo norte-americano e segue atento às mudanças nas políticas migratórias naquele país, de modo a garantir a proteção, segurança e dignidade dos brasileiros ali residentes”, afirmou.
A decisão ocorreu depois de uma reunião com o ministro Mauro Vieira, o delegado Sávio Pinzón, superintendente interino da Polícia Federal no Amazonas, e o major-brigadeiro Ramiro Pinheiro, comandante do 7º Comando Aéreo Regional.
O avião KC-30 da Força Aérea Brasileira (FAB) aterrissou no Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte (MG), às 21h10 de sábado, com os 88 brasileiros deportados dos Estados Unidos. A corporação realizou o voo para MG por determinação de Lula.
Inicialmente, o voo estava previsto para chegar à capital mineira na sexta-feira, 24. No entanto, um problema técnico na aeronave obrigou o pouso em Manaus (AM).
Ainda segundo o Ministério das Relações Exteriores, as autoridades brasileiras “não autorizaram o seguimento do voo fretado para Belo Horizonte na noite de sexta-feira, em função do uso das algemas e correntes, do mau estado da aeronave, com sistema de ar condicionado em pane, entre outros problemas, e da revolta dos 88 nacionais a bordo pelo tratamento indigno recebido”.
Os passageiros chegaram à capital amazonense algemados, mas foram liberados pela Polícia Federal. A medida seguiu orientação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. A corporação também impediu que os brasileiros fossem novamente detidos por autoridades dos Estados Unidos.
Fonte: revistaoeste