O ministro da , Camilo Santana, declarou nesta quarta-feira, 12, que a greve dos servidores públicos de universidades e institutos federais “não era necessária” e está “prejudicando o desenvolvimento dos estudantes”. As declarações foram dadas em entrevista depois de participar de audiência com deputados na Comissão de Educação.
“Acho que não havia necessidade dessa greve”, disse Camilo Santana. “Acho que greve acontece quando não há diálogo, já fui governador e conversei com várias categorias. Greve é para quando não há escuta, vontade e disposição em dialogar.”
Camilo Santana alegou que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já “reconheceu o esforço dos servidores federais, que há anos não tinham um reajuste” e receberam um reajuste de 9% no primeiro ano do terceiro mandato do petista.
“Com isso, mostramos o compromisso com os servidores federais. Depois, foram abertas todas as mesas de negociação para conversar e ouvir as justas reivindicações”, argumentou.
O ministro da Educação também citou o anúncio do governo para o Programa de aceleração do Crescimento (Novo PAC), que aumentou o montante para R$ 4,02 bilhões para as instituições federais. Já era previsto R$ 1,5 bilhão aos hospitais universitários. Com isso, o valor do programa para educação sobe para R$ 5,5 bilhões.
“A proposta que foi feita ontem pelo governo de 9% aos servidores chega a uma variação de até 46% até 2026”, afirmou. “Espero que a gente possa sair dessa greve que está gerando prejuízo aos nossos alunos. Faço esse apelo para que possamos terminar essa greve o mais rápido possível.”
O ministro da Educação também abordou a discussão sobre o Novo Ensino Médio, cuja relatoria está com a senadora Dorinha Seabra (União Brasil-TO). Camilo Santana teria um encontro com a parlamentar nesta quarta-feira, 12, para debater o texto. Disse ser necessário manter “o diálogo e a negociação.”
“Tenho uma reunião hoje com a senadora Dorinha e vamos tentar construir um caminho para que a gente possa a educação”, afirmou. “Volto a repetir, nosso único objetivo junto ao Novo Ensino Médio é garantir a melhoria da qualidade dos nossos jovens. Quando fizemos a consulta, não é só questão curricular. É a questão da infraestrutura da escola, a questão pedagógica.”
O ministro ainda disse ser “necessário” que a escola seja “atrativa, acolhedora, que olhe o projeto de vida dos jovens como um todo e cumpra suas necessidades.”
“Por isso nós criamos o projeto Pé de Meia, a escola em tempo integral no Novo PAC, e por isso estamos ampliando a escola em tempo integral”, argumentou. “Queremos garantir que todo jovem possa concluir o ensino médio e básico brasileiro. É muito triste vermos no Censo do IBGE que 69 milhões de brasileiros não concluíram o ensino básico, é quase 1/3 da população.”
Fonte: revistaoeste