A deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT e cotada para assumir um cargo de ministra no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu a segunda correção, em dois dias, no Twitter/X.
Ela voltou a afirmar que a decisão de elevar os juros — adotada de forma unânime pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central na quarta-feira 29 — foi tomada pela presidência anterior do BC.
+
Crítica ferrenha de Roberto Campos Neto, que deixou a presidência do banco em 31 de dezembro, Gleisi tentou, nesta postagem, justificar a alegação ao afirmar que na última ata ficou decidido que haveria nova alta de juros.
“A Ata do Copom dos dias 10 e 11 de dezembro de 2024 deixaram bem claro que ocorrerão “ajustes de mesma magnitude nas próximas duas reuniões”. Ou seja, de 1 ponto percentual em janeiro e 1 ponto percentual em fevereiro”, escreveu a petista.
Ela também criticou o sistema de Notas da Comunidade do Twitter, que adicionam contexto a postagens com informações falsas.
“O sistema de ‘Notas da Comunidade’ no X está sendo utilizado para disputa política. O recurso autoriza que usuários comuns possam inserir e avaliar textos em postagens de terceiros, permitindo a veiculação de desinformação e mensagens enviesadas. Foi o que aconteceu na minha última publicação”, afirmou a petista.
Porém, mais uma vez, os leitores adicionaram contexto às afirmações do Twitter. Sobre a alta dos juros, os usuários que a “ata mencionada pela deputada diz que o Copom ~ANTEVÊ~ um aumento de 1% nas próximas reuniões. O Copom atual não é legalmente obrigado a seguir essa previsão.”
E sobre as notas da comunidade, Gleisi foi corrigida com a seguinte afirmação: “Notas são adicionadas quando vários pontos de vista concordam sobre a nota.”
Na quarta-feira 29, Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o também deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) tiveram postagens corrigidas na plataforma Twitter/X. Eles criticaram o Banco Central pelo aumento da Selic, de 12,25% para 13,25% ao ano, em reunião realizada na última quarta-feira, 29.
As duas publicações receberam Notas da Comunidade. Gleisi Hoffmann afirmou que “o novo aumento da taxa básica de juros” foi “determinado desde dezembro pela direção anterior do Banco Central”, ou seja, na gestão de Roberto Campos Neto, a quem ela sistematicamente criticou durante os últimos dois anos, inclusive ao pedir sua demissão do cargo.
No post, ela diz que o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não “tinha muitas alternativas” a não ser concordar com os juros.
Porém, os usuários Twitter/X corrigiram a petista, lembrando que a taxa de juros é definida apenas na reunião do Copom — neste caso, a que foi realizada na quarta-feira, sob a presidência de Galípolo.
“A taxa de juros não é determinada previamente. Mesmo que o Banco Central tenha indicado uma direção na reunião anterior (conhecida como forward guidance), os membros do Copom se reúnem e votam a decisão com base na situação econômica do momento”, afirma a Nota da Comunidade.
Fonte: revistaoeste