O ministro do (STF) Gilmar Mendes disse que sugeriu ao senador Sergio Moro (União Brasil-PR) que estudasse mais na biblioteca do Senado Federal. O decano da Corte também se definiu como “um fã do Parlamento”. As declarações foram dadas em entrevista ao portal UOL na segunda-feira 15.
“Em conversa com o Moro eu disse: ‘Poxa, Moro, eu tenho uma inveja de quem está no Senado. Acho que se desejasse um cargo que não fosse ministro do Supremo, talvez eu pensasse em ser senador’”, declarou Gilmar Mendes, que esteve reunido com o parlamentar no último dia 2. “Isso na brincadeira, né, gente.”
O decano do STF ainda falou que o Senado é um “bom lugar”, até mesmo “melhor do que o céu, porque não precisa morrer para estar lá”. Na sequência, teceu mais elogios à biblioteca do local.
“A biblioteca é famosíssima, é excelente”, disse Gilmar Mendes. “E você [Moro] revela algumas lacunas de formação, então aproveite a chance que você está tendo no Senado, e obviamente que ele não está lá muito ocupado, mergulhe-se na biblioteca. É uma chance de suprir esses déficits de informação e formação.”
Ainda em entrevista ao portal UOL, Gilmar Mendes criticou a . De acordo com o magistrado, grande parte do jornalismo brasileiro era responsável por fazer de Moro um “Deus”. Antes, o atual senador foi juiz federal responsável por julgar casos referentes à e ministro da Justiça e Segurança Pública durante parte do mandato de Jair Bolsonaro na Presidência da República.
Gilmar Mendes afirmou, por fim, que o parlamentar teria “acreditado nesse personagem”. Também disse que Moro e o ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol (Novo-PR) “andaram fazendo algum mal” juntos.
“Não disse que eles são ladrões de galinhas, disse que roubaram galinhas juntos”, afirmou o ministro do STF. “É uma expressão para dizer que andaram fazendo algum mal. Vocês mais sofisticados da vida urbana vão dizer ‘você sabe o que fez no sábado à noite’. ‘Vocês estavam juntos fazendo malfeitos’, era isso que eu estava querendo dizer.”
O decano da Suprema Corte também falou que, em conversa com Moro, criticou as ações dele enquanto ministro. Disse que Moro e Dallagnol teriam errado durante as ações referentes à Lava Jato.
“As consultas que ele fazia com Dallagnol: essa colaboração não pode ocorrer, uma consulta entre um juiz e um promotor”, prosseguiu o ministro. “Comentei isso com ele.”
Fonte: revistaoeste