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Política

Gilmar Mendes propõe criação da ‘Comissão da Verdade’ para investigar a Lava Jato

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O ministro , do Supremo Tribunal Federal (STF), propôs a criação de uma “Comissão da Verdade” para esclarecer supostas irregularidades durante a Operação Lava Jato. O magistrado deu a declaração durante uma entrevista ao canal GloboNews, nesta segunda-feira, 11.

Gilmar Mendes afirmou que o acordo de leniência do Ministério Público Federal (MPF) com a J&F esconde “coisas nebulosas”. Isso porque a multa do acordo foi suspensa em dezembro de 2023, pelo ministro do STF Dias Toffoli.

“Há coisas nebulosas que precisam ser esclarecidas”, observou o ministro. “Talvez, merecesse buscar uma Comissão da Verdade sobre isso. Há muito escombros sobre o que se passou.”

Na entrevista, o ministro também fez comentários sobre a relação da mulher do ministro Dias Toffoli, a advogada Roberta Rangel, com a J&F.

Ao comentar o assunto, Gilmar Mendes afirmou que ela não estava advogando para o grupo na ação sob relatoria de Toffoli. Também declarou estar “seguro” sobre “todas as cautelas éticas” necessárias.

Em 26 de fevereiro, o ministro André Mendonça suspendeu todas as multas da Lava Jato e autorizou a renegociação dos termos dos acordos às empresas em um prazo de 60 dias. Dentre as empresas beneficiadas estão:

  • Camargo Corrêa (construtora);
  • Novonor (construtora ex-Odebrecht);
  • Braskem (petroquímica);
  • J&F Investimentos (holding);
  • Camargo Corrêa (construtora); e
  • UTC Participações (holding).
dias toffoli - sessão
Ministro Dias Toffoli Preside Sessão Da Segunda Turma Do Stf (06/02/2024) | Foto: Gustavo Moreno/Sco/Stf

A fala de Gilmar Mendes diz respeito à recente medida do ministro Dias Toffoli, que anulou as decisões do ex-juiz federal Sergio Moro contra 23 alvos de processos da Operação Lava Jato. As mudanças ocorreram entre a terça-feira 5 e a quinta-feira 7.

Além da Lava Jato, os beneficiados pelas decisões de Toffoli foram atingidos pelas Operações Integração, Quadro Negro e Piloto, que apuravam suspeitas de corrupção pelo ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB). Atualmente, o político tucano é deputado federal.

Richa já havia sido beneficiado por uma decisão de Toffoli, em dezembro de 2023, quando o ministro do STF anulou todos os processos contra o ex-governador. Ele também foi acusado pela Operação Rádio Patrulha, mas todas as condenações foram anuladas.

Fonte: revistaoeste

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