– Apesar de declarar apoio à candidatura de Abilio Brunini (PL) no segundo turno da eleição para a Prefeitura de Cuiabá, o chefe da casa civil de Mato Grosso, Fábio Garcia (União Brasil), não poupou críticas ao bolsonarista por sua movimentação para tentar revogar a Lei da Pesca. Durante entrevista à Rádio Jovem Pan Cuiabá nesta sexta-feira (18), Garcia classificou a ação de Abilio como “eleitoreira”, afirmando que o objetivo seria conquistar votos da categoria dos pescadores às vésperas da votação, que ocorre no próximo dia 27.
“Sou contra esses movimentos feitos na véspera da eleição para tentar ganhar voto. Essa lei foi discutida há muito tempo. quem quisesse se posicionar ou fazer algo, já teria feito. Agora, às vésperas da eleição, propor a revogação da Lei da Pesca… As pessoas não são bobas de acreditar nisso”, disparou Fábio Garcia.
A crítica se refere à articulação de Abilio junto a alguns deputados estaduais para dialogar com o governador Mauro Mendes (União Brasil) e a Assembleia Legislativa em busca da revogação da lei, que proíbe o transporte, armazenamento e comercialização de peixes dos rios de Mato Grosso por um período de cinco anos.
A proposta de Abilio, entretanto, não foi bem recebida por parte dos políticos. O deputado estadual Lúdio Cabral (PT), adversário de Abilio na disputa pela prefeitura, acusou o bolsonarista de oportunismo, destacando que muitos dos parlamentares que agora apoiam a ideia votaram a favor da aprovação da Lei da Pesca no passado.
Entre os deputados que declararam apoio à revogação estão gilberto Cattani (PL), Elizeu Nascimento (PL), Faissal Calil (Cidadania) e Diego Guimarães (Republicanos), todos eles apoiadores da lei em 2023, quando a matéria foi aprovada a partir de um projeto de iniciativa do Executivo.
“Ao tentar discutir algo tão importante na véspera da eleição, parece que o foco é apenas em uma resposta rápida para evitar desgastes. Se é para discutir, que seja com seriedade, e não com interesses eleitoreiros”, completou Fábio Garcia.
Fábio foi o primeiro a declarar apoio a Abilio logo após o primeiro turno das eleições. Na época, o chefe da Casa Civil chegou a criticar seu próprio partido, afirmando que, se fosse ele o candidato do União Brasil, teria chegado ao segundo turno e vencido a eleição.
A disputa interna entre Fábio e o deputado Eduardo Botelho pelo posto de candidato do partido durou meses. No entanto, no primeiro turno, realizado em 6 de outubro, Botelho ficou em terceiro lugar, com 88.977 votos, ficando fora do segundo turno por uma diferença de 1.742 votos em relação a Lúdio Cabral, que obteve 90.719 votos.
Fonte: odocumento