Em seu último discurso no Senado, oFlávio Dino (PSB-MA) — futuro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) — defendeu a classe política. O ex-ministro da Justiça deve renunciar ao mandato na quarta-feira 21 para assumir a cadeira no STF na quinta-feira 22.
Flávio Dino classificou o tom de sua despedida como uma “profissão de fé da política”. O parlamentar passou menos de 20 dias como senador e, nesse período, apresentou sete propostas legislativas.
“Quero reiterar minha crença de que não há bom caminho para o Brasil fora da política”, disse Flávio Dino. “Precisamos de uma política forte. Só teremos uma política forte com políticos credenciados a exercer a liderança que o Brasil exige. Precisamos retomar a ideia de deveres patrióticos, deveres cívicos… Não podemos sucumbir a espetacularização da política.”
Segundo o futuro ministro do STF, um bom líder político “jamais pode ser um mero artefato midiático submetido a lógica dos algoritmos”, mas tem de ter “causa”.
“Sempre me perguntei nestes 18 anos, afinal, o político é especialista em quê? O político é um técnico em quê?”, questionou o senador. “E cheguei à conclusão de que o político é essencial, porque ele é o técnico especialista em democracia.”
Dino agradeceu ainda aos colegas pelo “convívio cordial” no período em que esteve como senador e finalizou ao dizer esperar manter um “diálogo institucionalmente cabível em temas de interesse nacional, sempre com plena observância à independência e harmonia entre os Poderes”.
“Quero reiterar três compromissos fundamentais aqui”, disse Dino. “Agir no Supremo com respeito à presunção e à constitucionalidade das leis. Agir no Supremo com respeito à presunção da legalidade dos atos administrativos. E agir no Supremo com o princípio da presunção de inocência. São três pilares axiológicos fundamentais que estou aqui reiterando perante a nação brasileira por essa casa representativa.”
Fonte: revistaoeste