O Ministério da Defesa encaminhou um ofício à mesa Diretora da câmara dos Deputados para explicar as razões pelas quais queria adquirir, via licitação pública, dez adegas de vinho, no valor de R$ 6.219 por unidade.
Os itens foram definidos como “bens de luxo”, visto que não são essenciais para que o Ministério da Defesa desempenhe suas atividades.
A justificativa dada pelo general Marcus Augusto da Silva Neto, recebida pela Câmara na última sexta-feira, 12, foi a de que os itens proporcionam “um ambiente mais agradável e confortável”.
+ Leia mais notícias de Política em Oeste
A aquisição seria feita para cinco hotéis de trânsito do Exército, localizados na Bahia e no Sergipe. Os locais são usados por militares em missões fora de suas sedes, em férias com suas famílias, em eventuais tratamentos médicos e em outras ocasiões.
“A presença de uma adega de vinhos para serem vendidos aos hóspedes pode melhorar a experiência do usuário nos hotéis de trânsito, proporcionando um ambiente mais agradável e confortável, e pode também ser um diferencial, contribuindo para a competitividade desses hotéis no mercado de hospedagem transitória”, diz o ofício, ao acrescentar que a aquisição poderia “atrair mais usuários e, consequentemente, gerar receitas adicionais ou extraorçamentárias”.
O valor em questão seria utilizado para a compra das adegas e não dinheiro público, mas, segundo dizem na resposta, a compra não foi concluída. “Para a utilização de tais receitas na aquisição de qualquer tipo de bem ou de contratação de serviço, é necessário que seja realizado, também, processo licitatório”, diz o documento. “Logo, essas adegas foram inseridas no registro de preço em questão, para que, caso haja geração de receita suficiente para adquiri-las, o processo possibilite a efetivação da compra.”
A licitação previa a compra de dez adegas para vinhos, totalizando mais de R$ 62 mil. Na resposta, o Ministério da Defesa diz que o pregão recebeu a melhor proposta pelos licitantes, no valor de R$ 4.568,26. No entanto, esta oferta e a segunda melhor foram desclassificadas por apresentarem características distintas daquelas que os militares queriam, enquanto as demais tinham valores superiores aos de referência, motivos pelo qual a licitação não teve sucesso.
O deputado federal Gilson Marques (Novo-SC) foi quem pediu um esclarecimento sobre o pregão eletrônico do Ministério da Defesa. Em proposta apresentada no dia 27 de novembro, o deputado e dois colegas de partido sustentaram que a Nova Lei das Licitações não admite a aquisição de itens de luxo pela administração pública.
+ Leia mais notícias de Política em Oeste
A licitação descrevia os itens como “refrigeradores de alimentos, com temperatura de 7 a 18 graus, tensão de alimentação bivolt e aplicação para vinhos [adegas]”. Os itens deveriam ter duas portas e capacidade mínima para armazenar 29 garrafas de vinho.
Revista Oeste, com informações da Agência Estado
Fonte: revistaoeste