A Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados vai ouvir, em audiência pública na terça-feira 17, o Neri Geller, ex-. A , Geller confirmou a presença no colegiado.
Na terça-feira 11, a pasta anunciou a saída de Neri Geller depois de informar que o leilão de arroz seria anulado . O leilão arrematou 263.730 toneladas de quatro empresas por R$ 1,3 bilhão.
Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, Neri Geller colocou o cargo à disposição e saiu da pasta. O ex-secretário, no entanto, alega ter sido demitido. Há suspeitas
Depois do leilão do arroz, diversas denúncias apareceram. Entre elas, o possível uso de empresas de fachada. O caso que chama mais atenção é o da principal vencedora do leilão, a empresa Wisley A. de Sousa.
O governo Lula escolheu importar arroz dias depois do início das enchentes no Rio Grande do Sul, responsável por 70% da produção nacional do grão. O Estado, no entanto, já havia colhido 80% do cereal. Produtores rurais e especialistas disseram que a compra de arroz era desnecessária, pois não havia risco de desabastecimento.
Em 7 de maio, Fávaro disse que o governo decidiu comprar arroz para evitar a alta de preços diante da dificuldade que o Estado passava para transportar o grão para o país.
Em entrevista à jovem pan News, Neri Geller, contudo, disse ter alertado o governo de que não era necessário realizar o leilão, pois o “estoque privado do brasil tinha arroz suficiente para atender à demanda nacional”. “Sempre alertávamos o governo de que o estoque privado do Brasil tinha suficiente para atender à demanda nacional”, explicou. “Isso com dados claros da colheita do RS.”
A audiência na Comissão de Agricultura é destinada a debater e avaliar a decisão do governo de importar arroz no leilão, além de seus impactos na cadeia produtiva do setor arrozeiro e para a economia brasileira.
Além de Geller, representantes da Associação das Empresas Cerealistas do Brasil, da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul e da Organização das Cooperativas Brasileiras também foram convidados.
Na quarta-feira 19, o colegiado vai ouvir Fávaro, que deve explicar o “arroz estatal de Lula” e a suposta fraude no leilão.
Conforme mostrou uma reportagem de , . No leilão da essa empresa que comercializa queijos conseguiu um contrato para importar 147,3 mil e receber em troca R$ 736,3 milhões.
A Conab firmou contratos para a aquisição de quase 264 mil toneladas de arroz no leilão. Ao todo, quatro empresas conseguiram os lotes. Além da Wisley, também estão nessa lista: Zafira Trading (73,8 mil toneladas), ASR Locação de Veículos e Máquinas (112,15 mil toneladas) e Icefruit (98,7 mil toneladas).
A companhia alega que o leilão é necessário para evitar o desabastecimento e o impacto econômico com o desastre causado com a enchentes no Rio Grande do Sul. Contudo, os números da própria Conab mostram que a maior parte da colheita ocorreu antes das inundações e que a safra gaúcha de arroz será maior que a anterior.
Fonte: revistaoeste