O Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) divulgou um estudo na última terça-feira ,18, no qual afirma que durante os quatro anos de governo do ex-presidente jair bolsonaro (PL) não houve diminuição nos índices de homicídios no país.
A afirmação contraria o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, cujas informações são organizadas com base em dados das Secretarias de Segurança Pública dos Estados. O anuário afirma que em 2019 ocorreram 41.286 mortes no país, enquanto em 2022, foram 40.748, uma redução de 1,2%.
Para chegar à nova conclusão, o Ipea afirma que utilizou ferramentas de inteligência artificial (IA) para revisar dados anteriores e agora diz que a taxa de homicídios por 100 mil habitantes permaneceu inalterada.
Além disso, o Ipea desenvolveu uma aplicação de IA para estimar possíveis homicídios ocultos em mortes violentas de causas indeterminadas. Com isso, o instituto reforçou sua tese de paralisação no combate à violência durante o último governo.
Especialistas consultados pela Gazeta do Povo, entretanto, discordam das conclusões do Ipea. Eles dizem que os dados oficiais indicam uma redução em homicídios e latrocínios entre 2018 e 2022, exceto em 2020.
Eles também questionam a metodologia utilizada pelo instituto e afirmam que o uso de inteligência artificial para estimativas pode, nesse caso, comprometer a credibilidade das informações.
O Atlas do Ipea também discute o impacto das políticas de ampliação do acesso a armas durante o governo Bolsonaro nos índices de violência. Ele sugere que houve um aumento nos homicídios decorrente de tais medidas.
No entanto, mais uma vez, especialistas contestam essa afirmação e reforçam que a redução da violência no país naquele período se deve a ações como o Estatuto do Desarmamento, implementado em 2003.
Para o jurista e pesquisador em Segurança Pública, do Centro de Pesquisa em direito e Segurança (Cepedes), Fabrício Rebelo, disse que o algoritmo do Ipea não tem valor científico. “Isso é verdadeiramente absurdo do ponto de vista de pesquisa, porque retira completamente a isenção do universo de dados pesquisado”, afirmou à Gazeta.
Fonte: revistaoeste
