Militantes de esquerda envolvidos no vandalismo na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) se reuniram com o ministro de , Silvio Almeida, na última terça-feira, 12. O encontro ocorreu em Brasília, na sede da pasta comandada pelo integrante do .
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Segundo o partido Unidade Popular pelo Socialismo (UP), a reunião com o ministro teve como objetivo relatar “às ilegalidades e violências promovidas pela Polícia Militar (PM) de São Paulo contra os que lutavam em defesa da água e contra a privatização da Sabesp”.
Participaram da reunião os deputados federais Lindbergh Farias (PT) e Glauber Braga (Psol), Vivian Mendes, integrante da UP que chegou a ser presa por causa da confusão na Alesp, e Ricardo Senese, diretor da Federação Nacional dos Metroviários. Jorge Ferreira, advogado da UP, e Leo Péricles, presidente Nacional do partido da extrema esquerda, também participaram.
A confusão na Alesp que envolveu militantes da UP ocorreu em 6 de dezembro. Na ocasião, manifestantes da esquerda tentaram impedir a votação do projeto de lei que autorizava a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
Manifestantes vandalizaram a Alesp
Durante a sessão na Alesp, Eles também tentaram derrubar o vidro que separa o plenário da galeria — local onde a população acompanha as sessões.
Na ocasião, o presidente da Alesp, André do Prado (PL), pediu que a Polícia Militar retirasse os manifestantes da galeria. Além dos atos de vandalismo, os militantes estavam impedindo o andamento da sessão e a votação do projeto de lei sobre a desestatização da Sabesp, que foi aprovado por 62 votos a um.
A polícia prendeu quatro pessoas. Entre os detidos estavam dois manifestantes que tiveram reunião com Silvio Almeida: Vivian Mendes e Ricardo Senese. Dias depois da prisão em meio à confusão na Alesp, a dupla teve a liberdade provisória concedida pela Justiça.
Já o estudante Hendryll Luiz Rodrigues de Brito Silva e o professor Lucas Borges Carvente, do Movimento Luta de Classes, que foram presos em flagrante por quebrarem móveis, tiveram a prisão convertida em preventiva.
Em nota, a UP afirmou que na reunião com o ministro de Lula serviu para “denunciar” a situação de Silva e Carvente, que estavam presos no Centro de Detenção Provisória de Guarulhos. De acordo com o partido da extrema esquerda, Almeida se comprometeu em “acompanhar o processo e prezar pela garantia dos direitos humanos efetivos destes lutadores sociais”.
Horas depois do encontro de militantes da extrema esquerda com o ministro, a Justiça deferiu um habeas corpus e concedeu liberdade provisória para Silva e Carvente. A UP comemorou a soltura e afirmou que os dois, que estavam detidos por causa de vandalismo, eram presos políticos.
Ministro ignora pedido de reunião com manifestantes do 8 de janeiro
O mesmo Silvio Almeida, que teve tempo de se reunir com integrantes da extrema esquerda envolvidos em confusão na Alesp, ignorou o pedido de reunião da Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de janeiro (Asfav). No pedido, a organização solicita ao ministro “a tomada urgente e enérgica de providências no tocante a assegurar os direitos humanos dos acusados”.
Em cinco páginas, a Asfav informa que diversas pessoas foram presas dias depois dos atos nas sedes dos Três Poderes, em uma manifestação pacífica na frente do quartel general do Exército, em Brasília. Segundo o documento da associação, não há provas de que esses manifestantes, que seguem presos preventivamente, tenham participado dos vandalismos no 8 de janeiro.
Fonte: revistaoeste