Órgãos de inteligência informaram ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) que 12 pessoas com suspeitas de vínculo com o se elegeram no Estado. Entre os eleitos, dez são vereadores e dois são prefeitos.
A Corte Eleitoral paulista revelou que 70 candidatos com suspeitas de ligações criminosas participaram das deste ano. Os nomes dos eleitos e as cidades onde foram escolhidos permanecem em sigilo, conforme o TRE-SP.
A Justiça Eleitoral planeja encaminhar os dados ao Ministério Público. Este decidirá sobre possíveis Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes) para analisar gastos irregulares ou abuso de poder econômico.
Em agosto, o chefe do centro de inteligência da Polícia Militar paulista, coronel Pedro Luís de Souza Lopes, afirmou, no 18º encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que a influência da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) nas eleições “é significativa”.
“Não dá para falar que são cem, 200 municípios”, afirmou Souza Lopes. “Mas tem vários com indícios palpáveis de alguma movimentação importante de o tráfico participar como financiador de campanha eleitoral.”
Segundo o Ministério Público de São Paulo, a facção movimenta cerca de R$ 1 bilhão anualmente. O tráfico internacional de cocaína é sua principal atividade. A droga vem de países vizinhos, e, depois, o grupo a envia principalmente à Europa.
Investigações da Polícia Civil revelaram tentativas dos criminosos de se infiltrarem nas eleições por meio de candidaturas. Este “núcleo político” teria, supostamente, a liderança de João Gabriel de Mello Yamawaki.
Ele é acusado de chefiar um dos maiores esquemas de lavagem de dinheiro da facção. Yamawaki, que tem prisão decretada, nega as acusações e afirma que elas são infundadas e sem provas concretas.
Fonte: revistaoeste