A Polícia Nacional Bolivariana, órgão gerido pela ditadura de Nicolás Maduro, publicou na madrugada desta quinta-feira, 31, uma imagem com a silhueta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a bandeira brasileira, com a mensagem “Quem mexe com a Venezuela se dá mal”. Embora a imagem publicada não mostre Lula explicitamente, é perceptível que se trata de uma foto adulterada do petista.
“Nossa pátria é independente, livre e soberana”, diz a legenda da postagem. “Não aceitamos chantagens de ninguém, não somos colônia de ninguém. Estamos destinados a vencer.”
A publicação também foi divulgada no perfil , mesmo nome do programa de entrevistas conduzido desde 2014 por Diosdado Cabello, ministro do Interior do país, na rede estatal de televisão Corporación Venezolana de Televisión. Horas depois, esse mesmo perfil foi mais explícito em sua crítica: “Não dependemos nem do Brasil nem de ninguém”.
As relações entre Brasil e Venezuela se enfraqueceram em julho deste ano, depois das eleições na Venezuela terem supostamente sido vencidas por Nicolás Maduro, acusado internacionalmente de fraudar o processo eleitoral. A situação se agravou quando o Brasil vetou a entrada de Caracas nos , no último encontro do bloco.
Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e figura importante no governo de Maduro, anunciou que solicitará ao Legislativo que declare o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, “persona non grata” no país. Ele também criticou sua “posição absolutamente subserviente aos interesses do império agressor” contra a Venezuela.
A Venezuela convocou seu embaixador em Brasília, Manuel Vadell, para consultas, nesta quarta-feira, 30. A ditadura de Maduro demonstrou descontentamento com o que descreveu como “grosserias” do governo brasileiro e utilizou como argumento a postura do assessor de assuntos internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Celso Amorim.
Ao se referir a Amorim como uma voz autorizada pelo governo, em nota, o Ministério das Relações Exteriores venezuelano o definiu como “um mensageiro do imperialismo norte-americano”. Também foi chamado, para uma conversa com autoridades do ministério, o encarregado de negócios da embaixada do Brasil na Venezuela, Breno Hermann.
Na sexta-feira 25, o governo da Venezuelana havia denunciado que o Brasil bloqueou a entrada da Venezuela no bloco do Brics durante a cúpula realizada em Kazan, Rússia. O ato foi considerado uma “agressão” e um “gesto hostil” contra o país.
O Brasil justificou a decisão com base em um “rompimento de confiança” com o governo de Nicolás Maduro, em decorrência das eleições realizadas na Venezuela em 28 de julho. Segundo o governo venezuelano, o país obteve “apoio e respaldo dos participantes da cúpula para formalizar sua adesão ao bloco de integração”.
Fonte: revistaoeste