O carro envolvido na explosão pertence a Francisco Wanderley Luiz, conhecido como “Tiu França”, de Rio do Sul (SC), que morreu. Ele foi candidato pelo Partido Liberal (PL) ao cargo de vereador do município catarinense em 2020.
O deputado federal Coronel Assis (UNIÃO) classificou o atentado como um fato grave e disse que as investigações devem ser sérias e isentas. Contudo, ele disse que a elucidação do caso não pode ser prejudicada “por precipitações tendenciosas que tentam criminalizar um lado político, como veiculado desde a ocorrência do incidente”.
Ele elogiou a declaração do General Amaro, do GSI, que afirmou que o autor do ataque apresenta as características de um “lobo solitário” que tomou a decisão de promover o ato por razões próprias, sem associação ou planejamento com outras pessoas.
Em relação à declaração do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que disse que a anistia para os acusados dos atos golpistas de 8 de Janeiro ‘vai gerar mais agressividade’, Assis afirmou que discorda do ministro.
“Sou a favor do projeto, pois avalio que as penas aplicadas no caso do 8 de janeiro estão sendo desproporcionais e sem razoabilidade. É importante frisar que o debate político é legítimo e não pode se pautar por fatos isolados”, disse.
Para o deputado federal José Medeiro (PL), a fala de Moraes tem o “objetivo de colocar todo mundo em um mesmo balaio como se todas as pessoas que estão sendo condenadas porque estavam no ato de 8 de janeiro fossem terroristas e assassinos em série”.
Segundo ele, o ministro usou o fato desta quarta-feira à noite para levantar a voz contra a anistia e ao mesmo tempo tentar justificar sentenças “totalmente desproporcionais”. “Ou por acaso o que fez Adélio teve repercussão para punição coletiva?”, questionou, se referindo ao caso de Adelio Bispo, apontado contra o autor da facada contra o então candidato a presidente Jair Bolsonaro, em 2018.
Nelson Barbudo (PL), um dos mais estridentes bolsonaristas, afirmou que tem havido especulação a respeito da ligação do ato de ontem ao 8 de Janeiro, porém ele diz que não existem evidências de que os casos estejam ligados. E defendeu que o PL da Anistia não seja prejudicado.
“Não podemos aceitar que um fato isolado venha a prejudicar o PL da Anistia, que busca reparar injustiças cometidas contra pessoas que foram presas sem armas e sem intenção de qualquer atentado à democracia”.
“A polícia já apurou que o homem sofria de problemas pessoais e não foram encontrados outros envolvidos até o momento. Esperamos que as investigações elucidem os verdadeiros motivos deste ataque, sem afetar aqueles que já vêm sofrendo injustamente desde o 8 de Janeiro”, completou.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) anunciou no mês passado a criação de uma comissão especial para analisar o projeto de lei 2.858 de 2022, que concede anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
No dia 8 de janeiro de 2023, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, pedindo a adoção de um golpe militar no brasil. Grupos inconformados com a vitória na eleição presidencial por Luiz Inácio Lula da Silva vinham, desde o dia 30 de outubro de 2022, acampando em frente aos quartéis pedindo às Forças Armadas que impedissem a posse do novo presidente eleito.
Pessoas envolvidas nos protestos, no financiamento ou na organização dos atos vêm sendo condenadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por, entre outros delitos, o de tentativa de golpe de estado.
O parecer de Valadares argumenta que as condenações são injustas, não houve tentativa de golpe no dia 8 de janeiro “devido à falta de liderança e a ausência de apoio militar” e que aquelas pessoas “não souberam naquele momento expressar seu anseio”.
Se aprovada, a lei pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, que também é investigado nos inquéritos que apuram o 8 de janeiro.
Fonte: Olhar Direto