O presidente da Comissão de Saúde, Lúdio Cabral (PT), sugeriu, após anunciar a rejeição do pedido da Câmara Municipal de Cuiabá, que seja inserido no calendário de atividades da comissão um momento de diálogo com os membros da Comissão de Saúde da Câmara de Cuiabá e de Várzea Grande e dos demais municípios.
“O que nós identificamos é que não há necessidade da criação de uma nova instância, de uma comissão específica para apurar a divergência de informações entre Estado e Município”, comentou o parlamentar petista ao pedir também que a decisão seja comunicada ao presidente da Casa, deputado Eduardo Botelho (União).
O deputado Paulo Araújo (PP), que inclusive foi o primeiro parlamentar a apresentar um pedido de intervenção na saúde de Cuiabá, comentou sobre a situação e comentou que apesar de existe problemas com a saúde em diversas cidades, Cuiabá tem uma particularidade: sucessivas denúncias de irregularidades, afastamentos recorrentes de secretários e indícios de desvio de recursos.
“Temos o Ministério Público com várias frentes de investigação, um pedido do MP que está sendo julgado na Justiça com voto de cinco desembargadores que defendem o processo de intervenção se inicie e a Câmara de Cuiabá não tem competência para investigar. Se o objetivo da Câmara fosse fiscalizar as ações, instalava a CPI na Câmara. O que a Câmara faz é criar uma cortina de fumaça dentro da própria Assembleia”, ponderou Paulo Araújo, que ainda lembrou também os problemas como falta de pagamento de fornecedores, atrasos de salário, falta de medicamentos e outros problemas.
Outro parlamentar que se manifestou contrário à criação da comissão mista foi o deputado dr. João (MDB). Para ele são coisas diferentes e não seria propositivo a criação deste grupo neste momento. O deputado destacou que é importante acompanhar a votação dos desembargadores e depois acompanhar aqui na Assembleia. “Fazer uma comissão mista é criar cortina de fumaça e isso não leva a nada. Só vai tirar o foco”, comentou.
Dr. Eugênio (PSB), que deixou hoje a presidência da comissão, destacou que agora a comissão terá a oportunidade de investigar a situação in loco, e não viu sentido em criar outra comissão mista. “Só vai tumultuar. Estado e Município precisam chegar a um consenso, porque quem leva a pior é o povo”, afirmou.
Faissal Calil (PV) acompanhou o voto dos demais membros e reforçou que não é o momento para se criar esta comissão mista. “Temos que aguardar a decisão do Tribunal de Justiça e depois acompanhar os trabalhos do interventor”.
Fonte: leiagora