Gilberto, que até poucos dias atrás comandava a SES, nega ter conhecimento sobre a identidade da mulher, afirma que “também gostaria de saber” de quem se trata e se diz ansioso pela conclusão das investigações, que correm em segredo de Justiça. Neste cenário, ele entende não ser viável a abertura de uma CPI, pois o caso ainda está em investigação e nem mesmo o nome da tal mulher foi revelado.
“Eu me oporia porque não tem objeto claro, não sabe de quem ou o quê. Como é que vai fazer uma apuração se nem terminou ainda a investigação sobre o assunto? Então acho que nesse momento não contribui em nada fazer uma CPI para apurar ‘a mulher da SES’. Olha só o nome que seria, né, qual é a mulher da SES que vai ser apurada? Todas que trabalham na SES? É isso que vai ser? Porque ninguém sabe quem é”, declarou à imprensa nesta quarta-feira (26).
A denúncia relacionada à ‘mulher da SES’ estaria dentro do âmbito das investigações da Operação Espelho, deflagrada em março deste ano, e cumpriu o sequestro e bloqueio de aproximadamente R$ 35 milhões, referentes a um esquema de fraudes e desvio de valores promovido por um cartel de empresas envolvido na prestação de serviços médicos em hospitais do estado.
Gilberto defendeu que “não é uma conversa de WhatsApp que torna a secretaria maculada”. Esse canal de troca de informação é que teria sido utilizado e descoberto nas investigações sobre o suposto cartel de direcionamento de licitações na Estado. O ex-secretário garantiu que o governo não irá poupar os eventuais responsáveis.
“O que eu sei é que essa é uma investigação que apura um possível cartel existente em Mato Grosso atuando na área da Saúde, não apenas prestando serviços para a secretaria estadual, mas para prefeituras, secretarias de Cuiabá, consórcios, enfim. É uma investigação que corre em segredo de Justiça e isso começa lá em 2021 e até hoje não finalizou”, comentou.
O parlamentar afirma torcer para que, o quanto antes, se chegue ao final das investigações para que o Estado saiba se precisa adotar alguma medida.
Gilberto conta que o único comunicado oficial que a SES recebeu do governo do Estado foi para se abster de fazer novas contratações com as empresas investigadas. “Então nós estamos nos comportando tal como o Tribunal de Justiça está decidindo”.
Ele destaca que o governo do estado sempre se pautou em comunicar o maior número de empresas possível para participar das licitações, buscando visando o melhor custo-benefício. “Em inúmeros momentos, principalmente na pandemia, nós deixamos de contratar porque os preços estavam inflacionados. Nessa época criamos um comitê que estava o governador e 10 secretários de estado que aprovavam ou não as contratações, e muitas das contratações nós resolvemos não fazer porque o preço estava inflacionado”.
O parlamentar não acredita que essa investigação possa encurtar seu período na Casa de Leis e diz que isso está atrelado com os titulares dos cargos, tendo em vista que Gilberto é suplente.
Apesar dos rumores de uma CPI, até o momento, apenas o deputado Valdir Barranco (PT) fala claramente nesta proposição. Já Lúdio Cabral (PT), que é um dos principais opositores do governo, principalmente, quando assunto é a saúde, se mantém cauteloso, e disse que está avaliando a situação e poderá, por meio da Comissão de Saúde, apresentar requerimentos solicitandos informações, mas prefere aguardar e diz que a criação de uma CPI seria somente em último caso.
Fonte: leiagora