O ex-procurador da República disse, na manifestação deste domingo, 25, que é um “momento crucial da luta contra os abusos, a tirania, e o arbítrio judicial”. O ato ocorreu na Avenida Paulista, em São Paulo, e contou com mais de cem parlamentares.
Em entrevista a , Dallagnol mencionou a presença das 750 mil pessoas na avenida e no entorno. Ele ressaltou a importância da união das pessoas pela “democracia, pelo Estado de Direito, pelo império da lei, e pela liberdade”.
Em relação ao fato de as pessoas sairem às ruas, ele disse que “grandes mudanças começaram com as manifestações”. Citou, como exemplo, os protestos de 2013, 2015 e o do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
O ex-procurador disse que a manifestação deste domingo serve de alerta para a população, que precisará ficar atenta às eleições municipais de 2024.
Uma semana antes, ex-procurador afirmou que não há comparação entre as ações supostamente ilegais da Operação Lava Jato em Curitiba, da qual foi coordenador, e as recentes decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do ministro Alexandre de Moraes.
“Realmente, pessoal, não tem comparação com o que a Lava Jato fez, até porque a Lava Jato tramitava na primeira instância — e todo mundo tinha pleno direito de recorrer e ter seus casos revisados por diversos juízes de instâncias superiores, que em sua maioria confirmaram o nosso trabalho”, escreveu, em 17 de fevereiro, no Twitter/X. “Agora, os investigados não têm para onde correr e nem para onde recorrer no STF.”
Além dessa diferença, Dallagnol fez uma “lista de coisas que Moraes, STF e Polícia Federal do Xandão já fizeram que a Lava Jato nunca nem sonhou em fazer”:
- Impediram acesso de advogado aos autos;
- Impediram contato do advogado com o cliente;
- Colocaram sigilo sobre provas (imagens do aeroporto) e não deram acesso nem às defesas para fazerem perícia;
- Multaram parte por recorrer, o que é um direito constitucional, intrínseco ao direito de defesa;
- Impediram advogados de conversarem entre si;
- Prenderam mais de 30 pessoas preventivamente sem denúncia por mais de um ano;
- Abriram inquéritos temáticos, sem fatos e objetos determinados, investigando temas e pessoas (fake news, atos antidemocráticos, etc);
- Sustentaram inquéritos indefinidamente por anos contra pedidos de arquivamento expressos da PGR (fake news, atos antidemocráticos, etc);
- Julgam pessoas sem foro privilegiado, violando regras de competência, quando a competência da Lava Jato foi definida pelo próprio STF; e
- Julgam casos em que eles mesmos são vítimas (Daniel Silveira, 8 de janeiro).
Fonte: revistaoeste