O ex-procurador da República e ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo-PR) acusou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de praticar arbitrariedades e escolher alvos para investigar. Ele deu a declaração durante entrevista ao programa , nesta quinta-feira, 22.
“A ‘Vaza Toga’ mostrou, por exemplo, que havia vários posts sobre um evento em Nova York e ele decidiu investigar especificamente a Carla Zambelli e o Alan dos Santos”, observou Deltan Dallagnol. “Ele não disse: ‘Veja quais posts são criminosos’. Isso mostra direcionamento, escolha de alvos. Ele partia das pessoas para buscar fatos, o que é uma perseguição política.”
Juristas veem a atuação como ilegal, e a ação ficou conhecida como “Vaza Toga”.
O nome do escândalo faz alusão ao “Vaza Jato”, que divulgou trocas de mensagens entre Deltan Dallagnol e o ex-juiz Sergio Moro, no âmbito da Operação Lava Jato. O ex-procurador explicou a diferença entre as atuações.
“Os próprios assessores confessam que a atuação com Moraes era errada”, disse Dallagnol. “No caso da Lava Jato, eram 11 a 20 procuradores independentes atuando. Na ‘Vaza Toga’, você tem duas pessoas hierarquicamente submetidas a Moraes. É uma visão de mundo, é uma ideologia, uma cabeça só.”
Durante o , Deltan Dallagnol criticou o uso ilegal do TSE por Alexandre de Moraes e as aberturas de inquéritos pelo ministro. O ex-procurador destacou que muitos dos investigados pelo magistrado não possuem foro privilegiado, ou seja, o STF não deveria julgá-los.
“Temos ainda o fato de que Moraes atuava de três em um: era investigador policial, acusador — porque pedia para o órgão de combate à desinformação, que não tinha atribuição para isso, para demandar ele —, e então decidia, como se fosse imparcial”, explicou Dallagnol. “Ou seja, atuava como investigador, acusador e julgador.”
Confira a entrevista completa do ex-procurador Deltan Dallagnol ao no canal da Revista no . O programa é transmitido ao vivo, de segunda-feira a sexta-feira, a partir das 17h45.
Fonte: revistaoeste