Agentes do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (Recom) da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PM-RJ) abordaram um veículo que estava parado na Avenida Brasil com R$ 175 mil em espécie dentro de uma bolsa. O motorista do carro, Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, disse não saber a origem do dinheiro. O homem afirmou ser assessor parlamentar do deputado federal (MDB-RJ).
O veículo, Range Rover Velar (que pode chegar a R$ 700 mil na sua versão mais cara), e os três homens que estavam nele foram levados até a 31ª DP. Eles foram ouvidos e posteriormente liberados. O caso foi encaminhado para a 27ª DP.
Em nota enviada ao jornal O Globo, o deputado Gutemberg Reis afirmou que a pessoa citada na reportagem lhe prestou serviços freelancer em campanha eleitoral, na área de marketing, mas não possui nenhum vínculo empregatício ou de trabalho atualmente. O parlamentar ainda afirmou que o dinheiro apreendido não é dele.
Em nota, a Secretaria de Estado da Polícia Militar afirmou que as pessoas envolvidas na ocorrência não explicaram para os agentes qual seria a origem do dinheiro.
A defesa de Eduardo Gonçalves negou que houve algum tipo de “menção à origem desconhecida do dinheiro em questão, nem qualquer associação deste montante a qualquer figura política”. A nota de Gonçalves também afirma que “não foi identificado nada que desabonasse a conduta” e que “não há ilegalidade em transportar valores em espécie, independente da quantia”.
A defesa afirma que “esclareceu prontamente todos os detalhes solicitados pelas autoridades, e em momento algum expressou desconhecimento sobre a origem dos fundos em sua posse”. Segundo a defesa, o dinheiro tem origem na venda de um veículo “de propriedade da empresa junto à qual Gonçalves mantém parceria comercial.”
A Polícia Civil informou que o dinheiro foi apreendido e que uma investigação foi aberta para esclarecimento dos fatos.
Recentemente, Gutemberg Reis foi indiciado pela Polícia Federal (PF) no inquérito que apura a falsificação de cartões de vacina contra a covid-19. Entre os investigados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o tenente-coronel Mauro Cid. Os suspeitos estão sendo acusados de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação.
Segundo as investigações, Gutemberg teria se beneficiado com o suposto esquema e também com a inclusão de uma possível falsa imunização em seus registros.
Gabriel de Souza é estagiário da Revista em São Paulo. Sob supervisão de Edilson Salgueiro
Fonte: revistaoeste
