O candidato Nelson de Jesus Pereira, conhecido como Nelson Guará, há 27 anos é alvo de um mandado de prisão por um homicídio em Guarulhos (SP). Segundo o Ministério Público de São Paulo, Pereira matou um homem depois de uma discussão em um bar.
A defesa alega falta de provas e que a prisão é desnecessária. A investigação ainda não foi concluída, conforme relata o portal g1.
Nelson já concorreu a vereador em Varzelândia (MG) em 2016 e 2020 sem que o mandado fosse cumprido. Neste ano, ele é candidato novamente pelo Cidadania. A Polícia Civil de Minas Gerais informou nesta sexta-feira, 20, que realiza buscas com apoio da Polícia Federal, mas ainda não localizou Nelson.
O g1 tentou contato pelo WhatsApp, mas não obteve resposta. O advogado que o representou no processo também não respondeu.
A coligação partidária da qual Nelson faz parte afirmou que foi surpreendida pela existência do mandado de prisão. Realçou que todas as exigências eleitorais foram cumpridas.
O caso de Nelson Guará é um dos 61 revelados pelo g1 de pessoas que, na quarta-feira 18 pela manhã, constavam ao mesmo tempo como candidatas nas eleições de 2024 e como alvos de mandados de prisão em aberto. Os dados registrados são do Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).
A legislação brasileira não proíbe que pessoas com mandados de prisão disputem eleições, desde que não tenham condenação definitiva ou feita por um colegiado de juízes. Nelson ainda não foi julgado e não pode ser considerado culpado.
Os candidatos, entretanto, podem ser presos se encontrados, exceto entre sábado 21 e 8 de outubro, quando a detenção só pode ocorrer em flagrante. O Ministério Público de São Paulo denuncia que Nelson e a vítima discutiram e se agrediram em um bar em Guarulhos em 21 de novembro de 1996.
Trinta minutos depois, Nelson foi com um revólver à casa da vítima e a matou. A polícia realizou buscas, mas não encontrou Nelson. Uma tia afirmou que ele havia fugido. Em setembro de 1997, foi determinada a prisão preventiva de Nelson, que foi citado por edital.
O processo de Nelson foi suspenso para evitar a prescrição. O mandado de prisão, porém, permanece ativo.
“Embora o processo fique suspenso até que o réu seja localizado ou compareça em juízo, o mandado da prisão preventiva continua ativo e deve ser cumprido assim que o réu for encontrado”, explicou .
A defesa de Nelson argumentou que a única prova contra ele é o depoimento da mulher da vítima e que ele desconhecia o mandado de prisão.
Na busca de comprovar, alega que ele “continuou com sua vida sem preocupações, inclusive se candidatando a vereador na comarca onde reside”.
A defesa também apresentou o endereço da fazenda em que ela garante que Nelson poderia ser facilmente localizado.
Fonte: revistaoeste