“Quando falam em cortes dos nossos direitos, nós temos que ser ouvidos, temos que ser consultados. Não é simplesmente tirar uma coisa e dizer ‘nós que vamos responder’. Agora nós queremos ser protagonistas da nossa própria história”, declarou em entrevista ao Leiagora na manhã dessa quinta-feira (13).
Ao contrário de outras lideranças, que têm cobrado de forma mais incisiva por respostas objetivas do governo do Estado, ele avalia que já é possível falar em avanços nessa tratativa.
Rikbaktsa explica que algumas questões que afetam os territórios indígenas podem, sim, serem resolvidas em nível estadual. E cita como exemplo a educação, a saúde e alguns licenciamentos ambientais. “Então, nada mais [natural] que a gente cobrar essas autoridades, porque é de competência deles também”.
Ele cita, dentre os avanços conquistados, a realização de uma audiência pública, dentro do acampamento, que tratou sobre educação. Além disso, destaca que os indígenas têm conseguido estabelecer diálogo com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).
“Estamos aqui para ter essa visibilidade, dizer que, para acontecer alguma coisa em nosso território, nós queremos ser consultados”.
O cacique mencionou também sobre o Projeto de Lei Complementar 17/2023, de autoria do Executivo estadual, que tramita no Parlamento mato-grossense, que reduz a participação popular – e do movimento indígena – no Conselho Estadual de Educação. Segundo a liderança, o governo recuou na redução de uma vaga no Conselho destinada a representante indígena.
“Sucessivamente, as outras coisas, a gente vai avançando devagar, sabemos que temos muito o que fazer ainda”.
Fonte: leiagora